(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Detectores de metais serão usados para combater fraudes durante provas do Enem

Pela primeira vez, locais de prova em todo o país terão equipamentos para evitar uso de celulares e redes sociais


postado em 09/05/2014 06:00 / atualizado em 09/05/2014 06:48

Próximos testes serão aplicados em 8 e 9 de novembro. Inscrições começam na próxima segunda-feira(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS %u2013 27/10/13)
Próximos testes serão aplicados em 8 e 9 de novembro. Inscrições começam na próxima segunda-feira (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS %u2013 27/10/13)

Reforço na segurança do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Para coibir fraudes, pela primeira vez, detectores de metal estarão disponíveis em todos os locais de prova e, em caso de suspeita, fiscais poderão revistar candidatos. O ministro da Educação, José Henrique Paim, informou que o número de equipamentos pode chegar a 18 mil em todo o país.

 “Trata-se de um instrumento usado em outras provas e concursos. Agora, vamos adotar no Enem”, disse. As inscrições da avaliação serão abertas na segunda-feira. Os testes serão aplicados em 8 e 9 de novembro. Quem postar fotos ou mensagens em redes sociais ou usar celulares será eliminado – isso inclui aqueles que forem identificados depois do exame. As regras para uso de celular são as mesmas. Os candidatos devem guardar e lacrá-los em porta-objetos. A prova será elaborada num espaço de acesso restrito na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo o ministro, todos que entram no local, que é vigiado por câmeras, passam por um scanner. O uso de detectores metais pretende coibir fraudes como a ocorrida em Minas no exame do ano passado. Na ocasião, 21 pessoas foram presas em Caratinga, Governador Valadares e Ipatinga, acusadas burlar a aplicação da prova. Segundo as investigações, chefiadas pela Delegacia Regional de Caratinga, os integrantes da organização criminosa repassaram gabaritos com o resultado das provas do caderno amarelo para garantir a aprovação de candidatos ao exame.

“Os alunos que pagaram pelo esquema entravam nas salas de aula com minicelulares ou pontos de escuta eletrônica e recebiam as respostas por mensagens ou pelo aparelho colocado no ouvido”, conta o delegado Fernando José Barbosa Lima, que chefiou as investigações. O processo hoje está a cargo da Polícia Federal e a primeira audiência de instrução do processo será na terça-feira. Dos 21 detidos na ocasião, apenas cinco permanecem presos. Um deles é José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, apontado como um dos coordenadores da quadrilha.

Segundo o policial, ele subornou um fiscal de Barbacena, ainda não identificado, com R$ 10 mil, para receber os cadernos, referentes aos dois dias de aplicação do exame. Para ter as respostas, José Cláudio teria passado as questões para pessoas no Rio de Janeiro, identificadas como pilotos, que retornavam o gabarito, via internet. A partir daí, os coordenadores replicavam as informações aos candidatos.O esquema foi descoberto depois de um ano de apuração de uma denúncia anônima sobre fraudes em vestibulares de medicina em universidades particulares. Cada vaga era vendida entre R$ 30 mil e R$ 70 mil. “As investigações apontaram que o esquema era também usado para fraudar o Enem. Como o exame é uma espécie de passaporte para muitas universidades, os candidatos pagavam mais caro, até R$ 100 mil.”

O anúncio do uso da tecnologia no Enem não anima o delegado. Segundo ele, as investigações conseguiram comprovar que, mesmo em universidades particulares, onde os equipamentos já eram adotados, as fraudes foram constatadas. “A segurança nas instituições privadas é maior e, mesmo assim, a organização criminosa conseguiu burlar a vigilância. O ministério precisa de uma fiscalização mais eficiente nos locais de prova para barrar esse mercado da ilegalidade que é milionário. Tenho convicção de que novas esquemas ilícitos vão ocorrer”, afirma.

INSCRIÇÕES

O Enem será aplicado em 1.699 municípios. O prazo para o pagamento do boleto de inscrições vence no dia 28. A previsão é de que 8,2 milhões de candidatos se inscrevam –13,8% a mais em relação aos 7,2 milhões do ano passado. O valor da inscrição é R$ 35. Alunos de rede pública e pessoas com renda familiar de até 1,5 salário mínimo são isentos. O edital com a regras da avaliação deste ano será publicado hoje no Diário Oficial da União. A nota da prova pode ser usada para participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), entrada para 115 universidades públicas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)