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Estado de Minas

Projeto de lei que determina peso para mochilas apresenta falhas

Comissão do Senado aprova projeto que limita volume, mas não determina sanções às escolas. Proposta vai para Câmara


postado em 21/11/2013 07:37

Projeto de lei aprovado nestas quarta-feira pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, em caráter terminativo, define que os alunos não poderão carregar nas mochilas material escolar com peso superior a 15% do peso do aluno. O texto só não diz como fiscalizar essa relação. O projeto foi proposto com o objetivo de reduzir os danos provocados à saúde pela grande quantidade de livros e cadernos que os estudantes são obrigados a carregar. As escolas terão que oferecer armários para que os alunos guardem o material. O texto volta agora para a Câmara dos Deputados.

O projeto prevê que, no caso dos ensinos fundamental e infantil, os pais ou responsáveis deverão informar à escola, por escrito, o peso dos filhos. No ensino médio, os próprios alunos poderão dar essa informação. Segundo o ortopedista Henry Campos, especialista em coluna e quadril e titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a carga exagerada pode reforçar deformidades na coluna, como lordose, escoliose e cifose e causar dor. “Pode também gerar hérnias de disco no futuro.”

De acordo com Campos, o recomendável para crianças e adolescentes em fase de crescimento é carregar mochilas que representem entre 10% e 15% do peso corporal. Isso evita o estresse muscular, a exemplo do que ocorre com quem frequenta academias e aumenta a carga de exercícios. “O grande problema é que a pessoa acorda de manhã e encara o peso sem ter qualquer aquecimento ou acompanhamento.” Outro problema é que, quando a pessoa está em fase de crescimento, as articulações não estão consolidadas e há muita cartilagem no corpo. Forçar essas articulações pode gerar lesões definitivas.

Para o presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), Luiz Claudio Megiori, o projeto traz um alerta sobre o tema, mas há questões a serem resolvidas. “No caso do peso máximo, falar que não pode passar de 15% da massa da criança é muito complicado. O projeto não explicita quem vai fiscalizar. Vai ter uma balança nas escolas para pesar os alunos e as bolsas?”, questiona. Outra questão séria que não foi tratada, para Megiori, é a da acessibilidade, como alternativas para escolas que têm vários andares e que forçam o aluno a subir e a descer escadas carregando o peso excedente. “A iniciativa foi interessante, mas faltou diálogo com a parte interessada no projeto.”


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