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Estado de Minas

Divulgação da data do Enem obriga cursinhos e escolas a repensarem o calendário

Desafio é manter alunos mobilizados ao fim do ensino médio, após exame que ocorre em outubro


postado em 09/05/2013 06:00 / atualizado em 09/05/2013 07:25

Aula em pré-vestibular de BH: representantes farão reunião em sindicato para estabelecer estratégia conjunta diante do exame em outubro(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press 20/3/13)
Aula em pré-vestibular de BH: representantes farão reunião em sindicato para estabelecer estratégia conjunta diante do exame em outubro (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press 20/3/13)

A confirmação da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 26 e 27 de outubro vai afetar, este ano, não apenas a vida de milhões de participantes da avaliação mais importante do país. O anúncio oficial da data nunca foi tão esperado pelos pré-vestibulares de Belo Horizonte, pois a definição põe em jogo os novos rumos a serem tomados com o fim da segunda etapa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) vai obrigar os cursinhos a alterar calendários e formatos de aulas. Semana que vem, representantes das escolas se reúnem para discutir quais mudanças serão tomadas. Uma das propostas é antecipar o início do extensivo e abrir turmas do preparatório de 2014 já em novembro deste ano.

O encontro no Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) está previsto para quarta-feira. Falhou a tentativa de convencer o Ministério da Educação (MEC) a adiar o Enem para fim de novembro ou início de dezembro, o que significaria sala de aula cheia até o fim do ano e nenhuma alteração de planos. “Fomos pegos de surpresa, pois, apesar de cogitarmos essa data, tínhamos esperança de que ela fosse remanejada, depois de grandes universidades, como a UFMG, aderirem ao Sisu”, afirma o presidente da entidade, Emiro Barbini.

Quem já tem opções bem definidas e várias cartas na manga pretende levar as propostas para a mesa de negociação. É o caso do Soma, que tem quatro situações para definir junto ao sindicato. Uma das possibilidades é fazer, em novembro e dezembro, um preparatório para os principais vestibulares que ocorrerão no país no fim do ano e no início de 2014, como os das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp). A segunda é abrir dois “pré-Enem”, também pensando na edição da prova do ano que vem. Um deles começaria em 5 de novembro e terminaria em 25 de outubro, com recesso de 22 de dezembro a 19 de janeiro e férias entre 14 de junho e 13 de julho (época da Copa do Mundo). Caso não haja demanda, será aberta uma turma cujas aulas vão de 20 de janeiro a 25 de outubro, com férias no mesmo período na metade do ano.

A quarta opção é a oferta de um curso intensivo para os vestibulares de junho e julho, com início em novembro deste ano, recesso de Natal e réveillon, e término em 30 de maio. “Tentaremos fazer tudo em conjunto, mas, se não for possível uniformizar, essas são as nossas opções. Mas muitas decisões dependem do sindicato, de acordos sindicais e de uma série de outras questões”, pondera o diretor da escola, Roberto Régis, o Betão.

Ensino médio

O 3º ano também é motivo de preocupação. Betão lembra que, antes, o estudante, passado o Enem, tinha em sala de aula o compromisso de se preparar para a segunda etapa da UFMG. “O Enem não exige conteúdo de preparação. O aluno deve ter treinamento, capacidade de interpretar e hábito de leitura. Esse era, inclusive, nosso trunfo para prepará-lo até dezembro, para as provas específicas da Federal”, afirma.

Diretor do Colégio Arnaldo, Geraldo Junio dos Santos acredita que as escolas deverão se recriar. No caso da instituição que dirige, todo o conteúdo está programado para ser aplicado até outubro. Para ele, a educação brasileira é condicionada a um produto, o que prejudica o processo. “Quem disse que o ensino médio é para vestibular e Enem? Ele é a formação mediana, entre o ensino fundamental e o superior, vai além do conhecimento”, disse. Geraldo Junio é a favor da data estabelecida, para que seja possível às universidades organizarem seus processos de seleção até fevereiro. E propõe soluções para o fim do ano.

Para o educador, uma boa saída para os colégios particulares é aproveitar os encontros de orientação profissional para trabalhar questões próprias do amadurecimento nas universidades. “O menino chega à faculdade, às vezes, com uma cabeça de aluno de ensino fundamental ou problemas sérios de redação e escrita”, relata. “Depois do exame nacional, é mais um mês de aula e nem 20 dias letivos. Se a escola não se reiventar, o estudante fica a vida inteira condicionado ao produto. Vai bloquear e ignorar os contextos da sala de aula e, assim, começam as indisciplinas e as conversas”, conclui.


Reconhecimento internacional
As universidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e de Viçosa (UFV) estão entre as 100 melhores instituições de ensino superior do mundo, na categoria ciências agrárias e florestais. A lista de 2013 da empresa inglesa QS World University Rankings, uma das mais respeitadas do meio acadêmico, foi divulgada ontem. As duas ficaram na faixa de classificação 51 a 100. A Federal de Lavras (Ufla) aparece na posição de 101 a 150.


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