O acordo realizado com o Ministério do Planejamento e que dividiu os representantes dos professores das universidades federais não garantiu o fim da greve em Minas Gerais. Isto porque a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais (Proifes) – entidade que aceitou a proposta do governo – não representa docentes de instituições mineiras, segundo confirmou a assessoria de comunicação da própria Proifes ao Estado de Minas.
Com isso, a greve deve seguir no CEFET-MG, nas universidades UFMG, UFV, UFU, UFVJM, UFOP, UFJF, UFTM, UFLA, UFSJ, UNIFAL; e nos institutos IFSMG, IFMG, IFNMG, IFSULMG e IFTM.
O secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, deu essa etapa de negociação com encerrada. Ele afirmou que o governo deverá enviar para o Congresso, sem alterações, a proposta com novo plano de carreira para professores universitários apresentada semana passada para o movimento grevista.
Belo Horizonte
Em BH, os professores do CEFET-MG são associados ao Andes. Já os docentes da UFMG fazem parte do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH), que não é filiado ao Andes ou a Proifes, mas mantém um delegado no Comando Nacional de Greve para participar das negociações. Uma assembleia do APUBH para debater a continuidade da greve está marcada para a próxima segunda-feira.
Proposta do governo
A segunda proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento aumenta o reajuste mínimo oferecido aos docentes de 12% para 25% e mantém o reajuste máximo, para os professores no auge da carreira, em 40%. Além disso, também foi garantido o aumento de 4% concedido através de uma Medida Provisória publicada recentemente.
Outra mudança diz respeito ao início do reajuste, que seria concedido a partir de março de 2013 e não mais julho, como proposto anteriormente pelo governo. A reivindicação dos grevistas é de que o aumento já passe a vigorar em janeiro. Os novos valores representam um impacto de mais R$ 300 milhões no orçamento do governo, que já iria investir R$ 3,9 bilhões.
Segundo o Prof. José de Siqueira, 1º vice-presidente do APUBH, o principal obstáculo para o fim da greve é a inexistência de uma proposta coerente do governo para estruturar a carreira. Em nota, o Andes criticou a ausência de uma nova proposta e disse que o governo "continua ignorando as decisões de todas as assembleias docentes e desconsiderando a pauta da greve nas IFE: valorização e reestruturação da carreira docente e melhoria nas condições de trabalho".