Familiares do primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, estão concentrados desde o início da manhã desta quarta-feira, na entrada da Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o réu está preso há mais de um ano. O pai de Sérgio e as duas irmãs aguardam o cumprimento do alvará de soltura. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o ofício que determina a soltura do réu foi remetido à Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Contagem na manhã desta quinta-feira.
Ontem, os desembargadores da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais concederam a Sérgio o direito de responder em liberdade ao processo sobre o sumiço e a morte de Eliza Samudio. Assim como Bruno e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, Sérgio responde por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O advogado de defesa do réu, Marco Antônio Siqueira, disse que Sérgio sempre foi uma mera testemunha no caso. “Ele sempre disse a verdade, mas por pressão de advogados anteriores, foi obrigado a dizer o contrário", disse.
O pai e duas irmãs de Sérgio Sales chegaram à penitenciária às 9h50 desta quarta-feira. O porteiro Carlos Alberto Sales, de 58 anos, pai de Sérgio, disse que está muito alegre, mas ficaria mais feliz se o goleiro Bruno também fosse solto. “Acompanhei o sofrimento do meu filho por 399 dias, ele não tem culpa de nada e tem a confiança de que é inocente. Foi uma fatalidade ele estar no sítio do Bruno no dia em que a Eliza sumiu”, disse.
Juri popular
O goleiro Bruno Fernandes de Souza e outros sete investigados pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio serão julgados por sete representantes do povo, mas a data do júri popular deve ser marcada em um mês.
Os desembargadores negaram o recurso dos réus, no qual era pedida anulação da pronúncia. Negaram ainda pedido do Ministério Público para que a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, a ex-namorada do atleta, Fernanda Gomes de Castro, assim como Wemerson Marques de Souza e Elenilson Vitor da Silva respondessem por homicídio e ocultação de cadáver. Os quatro respondem em liberdade pelos crimes de sequestro e cárcere privado.
Relembre o caso
De acordo com o inquérito, Eliza e o bebê, suposto filho do goleiro, foram sequestrados por Luiz Henrique Romão e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, no Rio de Janeiro, e trazidos para o sítio do atleta, em Esmeraldas, na Grande BH, em 4 de junho. A vítima teria sido mantida em cárcere privado até o dia 10, quando teria sido morta fora dali. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é apontado como o executor. A criança foi entregue à ex-mulher, Dayanne de Souza.
Bruno, Macarrão e Sérgio respondem por sequestro e cárcere privado (pena de 1 a 3 anos), homicídio qualificado ( 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). Bola é acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em liberdade, Fernanda Gomes de Castro responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê. Dayanne, Wemerson Marques de Souza e o caseiro do sítio, Elenilson Vitor da Silva, são acusados de sequestro e cárcere privado do menor.