Tumulto na apuração dos campeões dos desfiles de carnaval em Belo Horizonte
Os integrantes da escola de samba Chame-Chame, que ficou em segundo lugar, acusam a Canto da Alvorada, de ter contado com ajuda extra para se consagrar bicampeã
A apuração dos campeões dos desfiles de carnaval em Belo Horizonte por pouco não terminou em pancadaria ontem na Câmara Municipal. Os integrantes da escola de samba Chame-Chame, que ficou em segundo lugar, com 189,9 pontos, acusam a Canto da Alvorada, de ter contado com ajuda extra para se consagrar bicampeã, com 193,1 pontos. Segundo denúncia, a campeã teve na bateria integrantes da Velha Guarda da Portela, que pouco antes fizeram na Praça da Estação show patrocinada pela prefeitura.
A vice-presidente da escola Canto da Alvorada é o vereador Leo Burguês (PSDB), presidente da Câmara. Coincidentemente, pelo segundo ano consecutivo, a casa cede seu auditório para a contagem dos votos da apuração e para os festejos de comemoração da vitória.
Segundo a Belotur, não há irregularidade na participação de Monarco, integrante da Velha Guarda da Portela, no desfile da Canto da Alvorada, que homenageou a cantora Clara Nunes. Apesar de sua presença não constar da sinopse entregue aos jurados, não há imposição de detalhar a participação de um a um dos integrantes. Informa ainda que o prazo para recurso terminou às 13h de terça-feira, conforme divulgado entre as escolas.
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A confusão iniciou-se já na apuração dos blocos caricatos. O Por Acaso foi o vencedor do Grupo A com 94,1 pontos, somente um décimo a mais que o segundo colocado Mulatos do Samba, com 94 pontos. Inconformado, um grupo começou um discussão com os integrantes do bloco vencedor. Eles questionavam uma possível combinação de resultados. A Polícia Militar foi acionada para acalmar os ânimos dos foliões.
O segundo lugar da Escola de Samba Chame-Chame não mereceu comemoração ontem à noite no barracão da agremiação. A direção da escola se reuniu para decidir sobre o recurso que pretende apresentar hoje à Belotur, contestando a pontuação da campeã Canto da Alvorada com relação aos quesitos alegoria e evolução. “Não estou querendo contestar o fantástico desfile da Canto da Alvorada. Mas na sinopse da escola não constava um carro alegórico em homenagem à Portela e nem o desfile da velha guarda da agremiação do Rio de Janeiro”, reclamou o presidente da Chame-Chame, Patrício Rezende Thomé.
Comentários
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Marco
- 23 de Ferveiro às 08:51
O problema é que nem todas as escolas tem condições de pagarem o que vem de fora. Daí, deveria ser proibido com perda de pontos inclusive, a escola que, como a Canto da Alvorada fez. A Acadêmicos de Venda Nova, deveria ter sido a campeã devido o belo desfile.