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Estado de Minas LEVANTAMENTO

Alunos de MG têm baixo grau de aprendizado de português e matemática

Nova versão do Anuário Brasileiro da Educação Básica, divulgado desde 2010, mostra que ensino terá desafios em virtude do fechamento de escolas na pandemia


06/08/2021 17:54 - atualizado 06/08/2021 18:17

Índice de evasão escolar é um dos fatores que preocupam os especialistas(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Índice de evasão escolar é um dos fatores que preocupam os especialistas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
 
No momento em que Minas Gerais prepara gradualmente a volta às aulas, depois de um ano e cinco meses com escolas fechadas em virtude da pandemia do coronavírus, os desafios em torno da educação vão se agigantar nos próximos anos para que o aprendizado dos alunos seja realmente satisfatório. É o que mostra o Anuário Brasileiro de Educação Básica 2021, feito pelo Movimento Todos pela Educação em parceria com a Editora Moderna, que compila os dados de todo o país, faz o monitoramento e mostra os principais indicadores da educação.
 
Os dados mostram que apenas 40% dos alunos de rede pública terminaram o ensino fundamental com aprendizagem em língua portuguesa e apenas 23% terminaram o ano com noções básicas de matemática. Quando é levada em conta a avaliação do ensino médio, os números são ainda piores: 35,6% sabem devidamente a língua portuguesa e apenas 7,8% entendem de matemática. 
 
 
O estudo mostra também que, de cada 100 estudantes que ingressam na escola, 97 concluem o ensino fundamental aos 12 anos, 87 terminam o ensino fundamental aos 16 anos e apenas 69 formam no ensino médio aos 19. Em Minas, a porcentagem de alunos que concluíram o ensino médio em 2019 foi de 68,9%. São Paulo tem 86,5%, enquanto o Rio registrou 66,7% e o Espírito Santo, 64,7%.

A evasão escolar têm sido uma dificuldade em Minas Gerais nos últimos anos, como mostra o Anuário. O levantamento aponta que 79,6% de jovens de 15 a 17 foram matriculados no ensino médio em 2020. Na Região Sudeste, apenas São Paulo tem maior proporção (87%). O Rio de Janeiro conta com 79,4% e o Espírito Santo, 68%. 

As matrículas vêm caindo por uma questão de demografia, já que temos cada vez menos no país crianças e adolescentes, mas também há uma expectativa de que, com a pandemia, a evasão escolar aumentar muito. É preciso chamem a atenção para esse problema de evasão. Se não houver políticas muito específicas para trazer esses alunos para as escolas, pode ser que muitos não voltem para o sistema educacional e abandonem os estudos”, afirma Gabriel Barreto Corrêa, gerente de Políticas Educacionais do Movimento Todos Pela Educação.

Segundo ele, o governo estadual tem de fazer um mapeamento dos estudantes que desistiram de ir à escola: “O poder público precisa fazer a busca ativa escolar, que é identificar os alunos que não voltaram para o sistema educacional e ir atrás dele, entrar em contato com as famílias. É preciso trazê-los de volta para o sistema. Oferecer apoio financeiro para as famílias mais pobres é também uma forma muito importante de controlar essa evasão”. 

Na visão de FátimaLopes, vice-presidente da Federação de Associações de Pais e Alunos de Minas Gerais (Faspa-MG), o problema da evasão escolar muitas vezes é a dificuldade que o alunos vive em casa: “O desânimo e a falta de incentivo dos alunos são fatores importantes. No ano passado, não tivemos escolas. Este ano, até o presente momento, também não teve. Nem todos têm condições de participar das aulas remotas. Tem muita criança carente, sem condição e às vezes sem ter o que comer. Como ela vai conseguir participar de uma aula pelo computador?” 

Ideb 

Criado pelo governo federal para medir a qualidade da educação no Brasil, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) teve sua única edição em 2019. Minas apresentou nota 6,5 nos anos iniciais do ensino fundamental, 4,9 nos anos finais do ensino fundamental e 4,2 no ensino médio. A qualificação do estado foi parecida com a do país. As notas em todo o território nacional foram 5,9 (primeiros anos do ensino fundamental), 4,9 (últimos anos no ensino fundamental) e 4,2 (ensino médio).

“Os dados pré-pandemia já eram muito preocupantes. Então, esses problemas vão se agravar com esses meses de isolamento. Será necessário um esforço muito grande do poder público para que a educação seja efetiva nos próximos anos”, completa Gabriel. 

Para que as escolas mineiras tenham melhor aproveitamento nos próximos anos, Fátima Lopes pede mais organização por parte dos gestores: “A escola precisa ter ambiente bom, de receptividade. É preciso facilitar e não dificultar a implementação de ideias e, principalmente, receber os pais com as devidas reformas estruturais adequadas já feitas, demonstrando assim que houve organização e planejamento durante o tempo em que elas estiveram fechadas. Países mais atingidos pela pandemia ficaram menos dias fechados".
 
Ela criticou o excesso de isolamento praticado por governadores e prefeitos durante a pandemia, culminando no longo tempo sem aulas: "O Brasil foi campeão em escolas fechadas. A comunidade está ansiosa pela reabertura delas o quanto antes, e melhor, está com brilho nos olhos! A qualidade da Educação tem muito a melhorar sim mas os estados e municípios precisam se unir para ajudar o governo federal e principalmente garantir o futuro das nossas crianças, já tão vulneráveis nos últimos anos”.


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