Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto

Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto votou favorável ao corte de 0,5 pontos percentuais da taxa Selic

Lula Marques/ Agência Brasil
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi um dos cinco integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária) que votaram favoravelmente ao corte de cinco pontos percentuais na taxa básica de juros. Com o corte, a redução foi de 13,75% para 13,25%, anualmente.

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (2/8), sendo que outros quatro diretores do Banco Central se colocaram favoráveis a uma redução de 0,25 ponto percentual. O Copom é formado pelo presidente da instituição e oito diretores.

Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, foi reiteradamente criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por integrantes do governo. Horas antes do anúncio, o petista afirmou que o economista "não entende de Brasil".

Em junho, quando o Copom se reuniu e decidiu pela manutenção da taxa, Lula afirmou que Campos Neto "joga contra a economia brasileira".

"É irracional o que está acontecendo no Brasil, você ter uma taxa de 13,75% com uma inflação de 5%", disse o presidente à época.

No mesmo período, puxado pela queda nos preços dos alimentos e dos carros novos, o IPCA ficou negativo em 0,08%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira deflação em nove meses. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 2,87% no ano e de 3,16% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 3,94% acumulados até o mês anterior.
O economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula ao cargo de diretor de Política Monetária do BC, também acompanhou o presidente Campos Neto na votação.

A queda na taxa foi vista como positiva por setores da economia e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que alega que a decisão fará com que "os investidores, o mundo todo vai olhar para o Brasil com mais otimismo".

O Copom se reúne a cada 45 dias, em média, para definir o patamar da taxa. Os próximos encontros estão marcados para acontecer entre 19 e 20 de setembro; 31 de outubro e 1º de novembro e 12 e 13 de dezembro.

No início do ano, o Copom afirmava que não desconsiderava a possibilidade de que a Selic aumentasse, mas, com o tempo, as falas mudaram.

Selic

A taxa Selic é o instrumento de política  mais utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

Com a inflação elevada, a taxa costuma acompanhar, mas quando as estimativas estão alinhadas com a meta de inflação, o BC pode reduzir.