Fachada do prédio do Banco Central

Selic é uma referência para os juros praticados pelos bancos e por instituições financeiras

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, em reunião nesta quarta-feira (2/8), por reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 pontos percentuais. Com a mudança, os juros básicos agora correspondem a 13,25% por ano. Foi a primeira mudança na Selic desde agosto de 2022, a taxa quando passou dos mesmos 13,25% para 13,75%, e o primeiro corte nos juros em mais de três anos – o último havia sido na reunião de 17 de junho de 2020, quando foi de 2,25% para 2,00%. 

A taxa básica de juros é uma referência para os juros praticados pelos bancos e por instituições financeiras e é utilizada pelo Banco Central como política de controle da inflação. Os patamares atuais vêm sendo considerados altos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a criticar publicamente a condução do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. 

Na ata da última reunião, em junho, o órgão havia acenado com a possibilidade da queda dos juros em agosto. Após uma série de comunicados duros no início do ano, em que não descartava a possibilidade de elevar a taxa Selic, o Copom mudou de tom e admitiu a redução dos juros básicos por causa do comportamento dos preços.


“A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião [em agosto]”, informou o Copom na ata.

Com a forte desaceleração dos índices de preços nos últimos meses, as expectativas de inflação têm caído. Segundo o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa de inflação para 2023 passou de 4,9% para 4,84%.

Em junho, puxado pela queda nos preços dos alimentos e dos carros novos, o IPCA ficou negativo em 0,08%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira deflação em nove meses. Com o resultado, o indicador acumulou alta de 2,87% no ano e de 3,16% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 3,94% acumulados até o mês anterior.

(Com Agência Brasil)