Carro sendo abastecido em posto de combustíveis

Postos de combustíveis de BH amanheceram com gasolina e etanol mais caros nesta quinta-feira (29/6)

Leandro Couri/EM/D.A.Press

O aumento da gasolina já bateu à porta do consumidor nesta quinta-feira (29/6), após a retomada da cobrança integral dos impostos sobre os combustíveis. Em Belo Horizonte, o aumento na bomba foi de mais de R$ 0,40 em alguns postos.

A previsão era de que o impacto para o consumidor fosse de R$ 0,34 na gasolina e R$ 0,22 no etanol, segundo estimativa do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro). Os estabelecimentos, no entanto, têm autonomia para definir os preços de venda dos seus produtos. A alta acima do esperado acontece porque as distribuidoras de combustíveis estariam repassando aos revendedores um reajuste acima dos tributos cobrados pelo governo federal, de acordo com o Minaspetro.

"Todos os postos acordaram com os preços mais caros, inclusive, em alguns casos, maior do que a incidência dos tributos federais", declarou o presidente do sindicato, Rafael Macedo.

Na semana passada, o sindicato antecipou a dificuldade dos donos de postos em comprar combustíveis, principalmente gasolina. "As distribuidoras vinham cortando pedidos e, em alguns casos, até antecipando esse aumento", conta o presidente. "Existia uma dúvida se essa volta dos tributos aconteceria no dia 1º ou no dia 29, mas o fato é que hoje os postos já amanheceram comprando produto mais caro, tanto gasolina quanto etanol", completa.

Aumento da gasolina pesa no bolso


Nesta manhã, a reportagem do Estado de Minas percorreu postos de combustíveis de Belo Horizonte e constatou a cobrança elevada, que pegou os motoristas de surpresa. A gasolina é encontrada por R$ 5,59 na maioria dos postos, enquanto ontem (28/6) os valores giravam em torno dos R$ 4,99. O etanol é visto por R$ 3,89, uma alta de 11,4% na comparação com o preço anterior (R$ 3,49).

Quem gastava R$ 274 para encher um tanque de 55 litros com gasolina, média de um carro de passeio no Brasil, precisa agora desembolsar em torno de R$ 307. Um aumento de R$ 33 que faz diferença no orçamento. Já o consumidor de etanol gastará, em média, R$ 20 a mais.

A alta não agradou os consumidores. "Sempre abaixa menos do que o normal e aumenta mais. Agora piorou", disse o motorista de aplicativo Fábio Rodrigo Machado, de 42 anos. Ele estava na fila do único posto visto pela reportagem do EM que ainda praticava os preços antigos e aproveitou para encher o tanque. "A gente tem que procurar pelo melhor preço", ressalta.

O consultor de vendas Rodrigo Leite, de 40, não teve a mesma sorte e pagou R$ 5,59 pelo litro da gasolina em um posto na esquina da Avenida do Contorno com a Rua Niquelina, no Bairro Santa Efigênia, também na Região Centro-Sul. "É um aumento bem significativo. Há uns dois, três meses, a gasolina estava com um preço bom, agora está cada dia aumentando mais", critica.

Entenda o aumento


Em fevereiro deste ano, o governo federal anunciou a cobrança de novos valores de PIS/Cofins sobre os combustíveis. Para compensar o impacto no bolso do consumidor, a Medida Provisória 1163/2023 reduziu, em março, as taxas desses impostos para o setor. O prazo de vigência do decreto encerrou nessa quarta-feira (28/6) e, como o governo federal não estendeu a medida, os tributos voltaram a incidir no valor da bomba na manhã desta quinta.

A alta no preço acontece após a Petrobras ter anunciado, na semana passada, um corte de R$ 0,13 por litro no preço de venda da gasolina em suas refinarias. Agora, a padronização do ICMS da gasolina fixa o valor único por litro em R$ 1,22. Antes, cada estado tinha uma alíquota diferente.