Gás

O ministro de Minas e Energia considera que nos últimos anos houve negligência em relação à política de gás no Brasil

Beto Magalhaes/EM/D.A Press
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, expressou seu descontentamento com a atual política de gás natural no Brasil durante um seminário realizado pelo grupo Esfera Brasil no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (16).

Segundo ele, a Petrobras precisa adotar uma postura diferente em relação à questão. Silveira comparou a prática de reinjeção de gás em outros países: 'Nos Estados Unidos, 12,5% do gás é reinjetado para impulsionar a produção de petróleo. Na África, 23,9%. Na Europa, 24,7% e no Brasil, 44,6%', afirmou. Ele considera a reinjeção no Brasil desproporcional e ainda não encontrou uma justificativa plausível.

O evento contou com a presença do ministro das Cidades, Jader Filho, e do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Silveira defende a ampliação da oferta de gás no mercado através da diminuição da reinjeção nos poços de extração de petróleo, visando impulsionar a atividade industrial.

A técnica de reinjeção de gás nos campos de petróleo é um assunto polêmico no setor, pois, por um lado, pode otimizar a produtividade ao aumentar a pressão interna dos reservatórios.
 

Em entrevista concedida ao jornal Valor Econômico na última quinta-feira (15), Silveira já havia criticado a Petrobras devido à política adotada para o combustível. Ele enfatizou a importância de respeitar a governança da estatal, mas também cobrou que a empresa cumpra seu papel social. 'Estamos em constante diálogo para que a política de gás e reinjeção mude, possibilitando uma maior oferta', declarou.

O ministro considera que o gás é essencial tanto para a segurança energética quanto para a reindustrialização do Brasil e afirmou que, nos últimos anos, houve negligência em relação à política de gás.