Gasolina

A gasolina foi um dos principais fatores que contribuíram para a desaceleração do índice.

Leandro Couri/EM
O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) apresentou uma redução de 2,33% em maio, alcançando uma deflação acumulada de 5,49% nos últimos 12 meses. Em comparação com o mês anterior, a taxa apresentou queda de 1,01%. A Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) divulgou os dados nesta terça-feira (6/6), destacando que a deflação em 12 meses é a maior desde janeiro de 1944, data em que o índice foi criado.

Em maio de 2022, o IGP-DI registrou alta de 0,69% e acumulava um aumento de 10,56% em um ano. André Braz, coordenador dos Índices de Preços, explica que a intensificação da deflação ao produtor é resultado da diminuição dos preços do Diesel (de -3,85% para -14,82%), minério de ferro (de -7,94% para -11,89%) e milho (de -8,06% para -16,85%).

Segundo Braz, as passagens aéreas (de -3,67% para -17,91%) e a gasolina (de -0,38% para -1,97%) foram os principais fatores que contribuíram para a desaceleração do índice no âmbito do consumidor. Na construção civil, a aceleração foi impulsionada por acordos coletivos que justificam o aumento registrado pela mão-de-obra, cuja variação foi de 1,22% em maio.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,08% em maio, após uma alta de 0,50% em abril. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo nas taxas de variação, como Educação, Leitura e Recreação (-0,62% para -3,37%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,51% para 0,73%), Transportes (0,19% para -0,22%), Alimentação (0,67% para 0,41%), Comunicação (0,60% para 0,22%) e Vestuário (0,52% para 0,46%).
 

O levantamento aponta que as principais contribuições para essa desaceleração partiram de itens como passagem aérea (-3,67% para -17,91%), medicamentos em geral (3,23% para 0,81%), gasolina (-0,38% para -1,97%), frutas (-0,33% para -1,76%), tarifa de telefone móvel (1,60% para 0,62%) e calçados (1,13% para 0,72%).

Por outro lado, os grupos Habitação (0,48% para 0,85%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,94%) apresentaram avanço em suas taxas de variação, com influências dos itens taxa de água e esgoto residencial (0,00% para 2,58%) e jogo lotérico (0,42% para 11,77%).

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou queda de 3,37% em maio, após um recuo de 1,56% no mês anterior. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,77% em abril para -0,71% em maio, com destaque para o item combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,40% para -6,60%. O índice de Bens Finais (ex), obtido após a exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou queda de 0,02% em maio, após alta de 0,54% em abril.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,89% em abril para -3,24% em maio, com o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção apresentando um aprofundamento da queda, de -2,85% para -12,28%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, registrou queda de 1,59% em maio, ante recuo de 0,52% no mês anterior.