Moacyr Basso durante a inauguração de sua foto na galeria de ex-presidentes da Sociedade Rural de Montes Claros durante

Moacyr Basso pediu luta contra 'demonização do produtor rural'

Solon Queiroz/divulgação
 

O vice-presidente da Sociedade Rural de Montes Claros (Norte de  Minas), José Moacyr Basso, fez um apelo em defesa do direito à propriedade e contra as invasões de terra e sugeriu também uma luta contra o que chamou de “demonização do produtor rural”.

 

Basso abordou o assunto durante a solenidade na sede da Sociedade Rural de Montes Claros na noite de segunda-feira (24/4), quando foi inaugurado o retrato dele na galeria de ex-presidentes da entidade.

 

 

O apelo do líder classista do Norte de Minas seguiu o mesmo tom adotado pelo governador Romeu Zema (Novo) em fala sobre o tratamento dado ao setor produtivo, durante a inauguração  do Núcleo de Combate a Crimes Praticados contra Corporações (Nucorp), nesta terça-feira 25/4), em Belo Horizonte.

 

“No Brasil, o mundo empresarial foi criminalizado nas últimas décadas. Foi dito que o mundo empresarial explora, sonega, polui, mas sabemos que temos no Brasil empresas que são referência. Temos empresas boas e temos empresas bandidas, mas aí que está a questão da generalização", declarou Zema, ao lado do procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior.

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Em seu pronunciamento no evento em Montes Claros, José Moacyr lembrou que o “direito à propriedade está assegurado na Constituição Federal. Não podemos permitir invasão de nossas terras”.

 

Na sequência, afirmou: “o cenário é preocupante e, aproveitando a presença da imprensa aqui, convoco a todos para se juntar a nós na luta contra a demonização cultural do produtor rural. Somos tratados como responsáveis pela destruição do meio ambiente e isso é uma inverdade. Dependemos das nossas propriedades, elas são nossos negócios, que são familiares. Nosso único objetivo é alimentar as pessoas.”

 

O líder ruralista disse que o agronegócio brasileiro é “sustentável”, confrontando com  ambientalistas que apontam a atividade como uma das principais responsáveis pelo degradação ambiental no país, sobretudo, em áreas de cerrado, que abrangem Minas Gerais.

 

“O agro brasileiro conquistou o mundo pela sua sustentabilidade e pela credibilidade e qualidade dos seus produtos. Utiliza apenas 7,6% de suas terras e é um dos poucos países do mundo capazes de aumentar a sua produção agrícola sem incorporar novas áreas à atividade produtiva” , defendeu Moacy Basso.

 

O vice-presidente da Sociedade Rural de Montes Claros também criticou o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, que, em viagem da delegação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, no final de março, relacionou o avanço do desmatamento de florestas no Brasil ao crescimento do agronegócio no país.  

 

Ele afirmou que o presidente da Apex “ao invés de promover a exportação, numa viagem internacional, criticou os produtos brasileiros, imputando ao agro a culpa pelo desmatamento”.

 

Por outro lado, após a repercussão negativa junto às entidades e lideranças do agronegócio, ainda na China, Jorge Viana pediu desculpas à categoria produtora pela sua declaração, dizendo que “não queria deixar um mal-entendido”.