
Escolas particulares de Belo Horizonte terão aumento de 6,2% a 19,9% em diferentes níveis de ensino a partir de 2023. A informação é do site Mercado Mineiro, que coletou dados entre os dias 20 de novembro e 9 de dezembro de 2022. Foram consultados 25 berçários, 35 maternais e 45 escolas da capital mineira.
No último mês, o Mercado Mineiro já havia anunciado que o aumento das mensalidades em BH poderia sofrer reajuste de 13% em 2023, número acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo Renata Abalém, diretora jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (IDC), o aumento acima de 12% “não faz o menor sentido”. O ideal seria uma taxa de 8%, já que a inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo IPCA é de 7,17%.
Variação de 440% entre uma escola e outra
Segundo o Mercado Mineiro, as diferenças nos valores devem ser analisadas pelos pais, pensando no custo-benefício de metodologia, profissionais, infraestrutura e tradição de cada estabelecimento.
A maior variação da pesquisa foi em escolas de berçário: 440%. Pelo período integral, mensalidades podem custar de R$ 770, no Centro Educacional Arca de Noé, no bairro Nova Vista (Região Leste), até R$ 4.160, no Instituto Tarcísio Bisinotto, no Belvedere (Região Centro-Sul).
Já para o meio período - normalmente de 7h às 13 - os preços podem custar de R$ 530 a R$ 2.200 - uma diferença de 315%. As escolas costumam oferecer almoço, banho, seguro escolar, atividades pedagógicas, além de dois professores em sala.
No maternal, os valores para os turnos manhã e tarde têm oscilação de 382% - R$ 545, no Instituto Integra (bairro Pirajá, na regional Nordeste), a R$ 2.630, no Instituto Tarcísio Bisinotto. Quem precisa deixar a criança na escola integralmente pagará mais caro: de R$ 745 até R$ 3.560.
Escolas do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, têm mensalidades de R$ 930, no Claretiano Colégio, em Lourdes, a R$ 2.688, na Escola Balão Vermelho, no Mangabeiras.
No 6º e no 7º ano, a menor mensalidade é de R$ 1.148, no Colégio Salesiano, bairro Gameleira. No 8º e no 9º, a menor é de R$ 1.145, no Claretiano Colégio, em Lourdes.
A escola em Lourdes se mantém com as menores mensalidades no 1º e no 2º ano do ensino médio: R$ 1.295. No terceiro ano, o valor mais baixo é no Salesiano: R$ 1.169.
O maior custo mensal no primeiro ano do ensino médio é no Colégio Bernoulli do bairro Santo Agostinho: R$ 2.982,65.
A Escola Balão Vermelho é a instituição com as mensalidades mais altas: R$ 2.854,67, para o 6º e o 7º ano; R$ 2,854,64, para 8º e 9º ano; R$ 2.880,92, para o 2º ano do ensino médio; e R$3.047,17, para o 3º ano.
Em comparação à média das mensalidades deste ano, o preço do turno da manhã do maternal sofreu um aumento de 19,76%, passando de R$ 1.123,84 para R$ 1,345,97. Já o horário integral subiu 19%, de R$ 1.734,61 para R$ 2,064,55.
No berçário, o valor médio cresceu tanto em meio período (7,4%) quanto em tempo integral (6,24%).
A Escola Balão Vermelho é a instituição com as mensalidades mais altas: R$ 2.854,67, para o 6º e o 7º ano; R$ 2,854,64, para 8º e 9º ano; R$ 2.880,92, para o 2º ano do ensino médio; e R$3.047,17, para o 3º ano.
Preços não têm limites
Em comparação à média das mensalidades deste ano, o preço do turno da manhã do maternal sofreu um aumento de 19,76%, passando de R$ 1.123,84 para R$ 1,345,97. Já o horário integral subiu 19%, de R$ 1.734,61 para R$ 2,064,55.
A matrícula também teve alta de 20,85%: de R$ 1.065,68 para R$ 1.287,85.
No berçário, o valor médio cresceu tanto em meio período (7,4%) quanto em tempo integral (6,24%).
No ensino fundamental, do 2º ano ao 4ª ano, o preço da matrícula subiu 10,72%: de R$1.432,24 para R$1.585,76. No 6º e 7º ano, que custava em média R$ 1.603,78, chegou a R$1.792,81 (acréscimo de 11,79%).
O 8º ano foi de R$ 1.602,81 a R$1.798,15 (12%). O 9º ano registrou inflação ainda maior, de 12,43%: R$ 1.604,01, em 2022, para R$ 1.803,19, em 2023.
Por fim, houve crescimento nas médias do 1º ano do ensino médio, de R$ 1.841,00 para R$ 2.055,53 (11,65%), e no 3º ano, de R$ 2.004,00 para R$ 2.206,47 (10%).
Valores podem ser questionados
Renata Abalém explica que o aumento nos preços das mensalidades não tem limite e podem considerar critérios específicos. “Alguns são considerados abusivos, mas tem que ser levado em conta se o serviço que vai ser prestado será o mesmo. Tem escola que amplia suas instalações. Então, se não tinha uma piscina, um auditório ou um teatro e agora tem, tudo isso pode contar como fator para que haja um reajuste maior. Qualquer serviço extra pode ser contado como percentual para influenciar no reajuste”.
A diretora jurídica Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte adverte que a escola apresentar planilhas que motivem esse reajuste ao ser questionada pelos pais. “Hoje, um reajuste acima de 12% não faz o menor sentido. Ele deve estar variando, em torno de 8% de um ano para o outro. À exceção, como eu disse, de escolas que estão oferecendo outros serviços”.
Pais que não concordarem com os índices podem procurar os órgãos de Defesa do Consumidor. “Nesse caso é o Procon. Eles podem pedir uma avaliação desse reajuste. Já se não tiverem condições de arcar com o aumento, podem buscar mediação junto à instituição de ensino para evitar a migração para outra”, encerra Renata Abalém.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Arruda