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Estado de Minas COTAÇÃO

Quais são os efeitos da paridade do euro com o dólar?

Com a desvalorização da moeda europeia, são necessários mais euros para comprar produtos importados em dólares.


12/07/2022 16:20 - atualizado 12/07/2022 16:25

Cédulas de euro e dólar
Em tese, a desvalorização do euro torna os preços mais competitivos e estimula as exportações. (foto: Shutterstock)
 

Um euro vale um dólar. Pela primeira vez em 20 anos, a moeda europeia se desvalorizou até alcançar, nesta terça-feira (12/7), a paridade com a moeda americana. Quais são as consequências concretas dessa desvalorização?

 

 

Quase metade dos produtos importados na zona do euro é faturada em dólar, contra 40% comprados em euros, segundo o escritório de estatísticas Eurostat.

 

É o caso de muitas commodities, a começar pelo petróleo e pelo gás, cujos preços já subiram nos últimos meses, devido à guerra na Ucrânia.


Com a desvalorização da moeda europeia, são necessários mais euros para comprar produtos importados em dólares.

"Os produtos importados em dólares perdem competitividade (...) e ficam mais caros", explicou Isabelle Méjean, professora da Escola Superior Sciences Po, o que contribui para acelerar a inflação e ameaça o poder de compra das famílias.

"Outra veia dessa depreciação é que o turismo de europeus, especialmente para os Estados Unidos, será contido", disse William De Vijlder, economista do BNP Paribas.

 

 

Leia mais: Para BCE, euro digital teria implicação importante para estabilidade financeira

 

Enquanto isso, turistas dos Estados Unidos e de outros destinos ganham com o câmbio e podem consumir mais com a mesma quantidade de dólares.

Empresas

O efeito da queda do preço do euro varia de acordo com a dependência que as empresas têm do comércio externo e da energia.

"As empresas que exportam para fora da zona do euro se beneficiam da desvalorização do euro, já que seus preços se tornam mais competitivos, mas as empresas importadoras são prejudicadas", afirma o diretor de pesquisa do banco público Bpifrance, Philippe Mutricy.

As empresas dependentes de commodities e de energia e que exportam pouco vão registrar uma explosão de gastos.

Quem sai ganhando é a indústria manufatureira exportadora, principalmente os setores da aeronáutica, os fabricantes de automóveis, a de luxo e a indústria química.


Crescimento e dívida


Em tese, a desvalorização do euro torna os preços mais competitivos e estimula as exportações.

Isso poderia amortecer o impacto no crescimento da alta dos preços das commodities no contexto da guerra na Ucrânia, especialmente em economias mais orientadas para a exportação, como a Alemanha.

Para o pagamento da dívida dos países europeus, o impacto depende.

Um crescimento maior "pode facilitar o pagamento da dívida", observou Méjean, desde que os mercados vejam a dívida europeia como suficientemente segura, e as taxas de juros permaneçam baixas.

Já para os Estados que emitiram títulos denominados em dólares, uma desvalorização do euro aumenta o custo do reembolso.

Bancos centrais


A desvalorização do euro acelera a inflação, e isso pode levar o Banco Central Europeu (BCE) a aumentar mais rapidamente as taxas de juros. Este mês, o órgão emissor se prepara para seu primeiro aumento em 11 anos.

"Pode-se dizer que o BCE não deve reagir ao aumento dos preços das commodities, mas seu desafio de controlar a inflação se torna maior, já que o preço das importações aumenta", diz o economista William De Vijlder.


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