
Feliciano Abreu, sócio-fundador do Mercado Mineiro, site que monitora os preços de alimentos e bebidas na capital, deu algumas dicas de como lidar com essa alta dos preços.
Procurar os melhores locais
“É aquela história, se você for sempre nos mesmos lugares, corre o risco de não ver a diferença de preços que existe”, afirmou Feliciano. O economista disse que na sua casa é assim: ele mora no Lourdes, mas vai até o Santa Efigênia atrás das melhores ofertas, porque vale à pena.
Fazer as compras em distribuidoras maiores é uma dica valiosa. Em especial, as distribuidoras na periferia da cidade. Feliciano chamou a atenção para o fato de que em bairros onde o aluguel é mais alto, os sacolões têm que compensar isso nos preços. No caso do Centro, ainda há a vantagem do alto volume de pessoas, estimulando boas ofertas.
Mas buscar os atacados em locais mais distantes é uma estratégia para quem quer preços ainda menores. A ideia é “sair da zona de conforto”, de comprar perto de casa ou do trabalho, e ir atrás dos melhores preços onde eles estão.
Atacado
Questionado se comprar em atacado com amigos e familiares realmente vale a pena, Feliciano respondeu que sim. “Se você for no Ceasa com um grupo de parentes, amigos ou vizinhos, você vai na fonte dos donos de sacolão, e aí você consegue realmente um preço mais viável”, afirmou.
Mas é preciso tomar cuidado com a quantidade. “Você pode achar coisas bem mais baratas do que as do mercado tradicional, comprar muito e perder em função do produto ser perecível”, ressaltou Feliciano. Mesmo com preços menores, a saída é comprar só o necessário para o consumo.
Ofertas
De acordo com Feliciano, muitos sacolões, atacados e supermercados tem o “dia da feira”, que é o dia em que queimam os estoques e vão no Ceasa comprar mais produtos. O economista sugere descobrir qual é esse dia, e buscar as melhores ofertas.
Os dias de oferta, com promoções especiais em mercados e atacados, tem se popularizado. “O consumidor está desesperado, e essas ofertas são uma forma de chamar a atenção”, comentou Feliciano.
Mas atenção: “Com relação às ofertas, a gente precisa ver se o preço de fato está competitivo. Não é porque tem um dia de oferta que os preços são os mais baratos”, afirmou. A questão é acompanhar a evolução dos preços. “No sacolão, especificamente, tem a questão da safra e entressafra, que acaba influenciando bastante”, afirmou o economista.
Base de preços
O principal para economizar é ter uma base dos preços, afirmou, acrescentando que as pessoas estão perdendo essa base por causa dos rápidos aumentos. “Quando você não guarda o preço anterior de cabeça, você tem que realmente pesquisar na internet ou alguma coisa nesse sentido”, ressaltou Feliciano. Sem nenhuma noção dos preços, é possível pagar caro mesmo em lugares como o Ceasa.
* Estagiário sob supervisão da editora Ellen Cristie.