Ceasa na parte da manhã

'Se você for no Ceasa com um grupo de parentes, amigos ou vizinhos, você vai na fonte dos donos de sacolão, e aí você consegue realmente um preço mais viável', afirmou Feliciano Abreu

Leandro Couri/EM/D.A Press
A tradicional ida ao sacolão tem sido um momento de surpresas desagradáveis para os consumidores de Belo Horizonte. Os preços pagos por alimentos e bebidas na região metropolitana da capital subiram 13,7% somente em um ano, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do IBGE, em um contexto de alta geral do custo de vida. Com isso, uma pergunta não quer calar: como economizar na hora de comprar a comida nossa de cada dia?
 
Feliciano Abreu, sócio-fundador do Mercado Mineiro, site que monitora os preços de alimentos e bebidas na capital, deu algumas dicas de como lidar com essa alta dos preços.
 

Procurar os melhores locais

“É aquela história, se você for sempre nos mesmos lugares, corre o risco de não ver a diferença de preços que existe”, afirmou Feliciano. O economista disse que na sua casa é assim: ele mora no Lourdes, mas vai até o Santa Efigênia atrás das melhores ofertas, porque vale à pena.
 
Fazer as compras em distribuidoras maiores é uma dica valiosa. Em especial, as distribuidoras na periferia da cidade. Feliciano chamou a atenção para o fato de que em bairros onde o aluguel é mais alto, os sacolões têm que compensar isso nos preços. No caso do Centro, ainda há a vantagem do alto volume de pessoas, estimulando boas ofertas.
 
Mas buscar os atacados em locais mais distantes é uma estratégia para quem quer preços ainda menores. A ideia é “sair da zona de conforto”, de comprar perto de casa ou do trabalho, e ir atrás dos melhores preços onde eles estão.
 

Atacado

Questionado se comprar em atacado com amigos e familiares realmente vale a pena, Feliciano respondeu que sim. “Se você for no Ceasa com um grupo de parentes, amigos ou vizinhos, você vai na fonte dos donos de sacolão, e aí você consegue realmente um preço mais viável”, afirmou.
 
Mas é preciso tomar cuidado com a quantidade. “Você pode achar coisas bem mais baratas do que as do mercado tradicional, comprar muito e perder em função do produto ser perecível”, ressaltou Feliciano. Mesmo com preços menores, a saída é comprar só o necessário para o consumo.
 

Ofertas

De acordo com Feliciano, muitos sacolões, atacados e supermercados tem o “dia da feira”, que é o dia em que queimam os estoques e vão no Ceasa comprar mais produtos. O economista sugere descobrir qual é esse dia, e buscar as melhores ofertas.
 
Os dias de oferta, com promoções especiais em mercados e atacados, tem se popularizado. “O consumidor está desesperado, e essas ofertas são uma forma de chamar a atenção”, comentou Feliciano.
 
Mas atenção: “Com relação às ofertas, a gente precisa ver se o preço de fato está competitivo. Não é porque tem um dia de oferta que os preços são os mais baratos”, afirmou. A questão é acompanhar a evolução dos preços. “No sacolão, especificamente, tem a questão da safra e entressafra, que acaba influenciando bastante”, afirmou o economista.
 

Base de preços

O principal para economizar é ter uma base dos preços, afirmou, acrescentando que as pessoas estão perdendo essa base por causa dos rápidos aumentos. “Quando você não guarda o preço anterior de cabeça, você tem que realmente pesquisar na internet ou alguma coisa nesse sentido”, ressaltou Feliciano. Sem nenhuma noção dos preços, é possível pagar caro mesmo em lugares como o Ceasa.
 
* Estagiário sob supervisão da editora Ellen Cristie.