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Estado de Minas VENDAS

Na volta do Natal, muito movimento na Ceasa, mas negócios estão em baixa

Comerciantes e produtores calculam que comercialização de futas e hortaliças caíram pela metade em relação ao ano passado neste final de 2020


28/12/2020 16:51 - atualizado 28/12/2020 18:43

Com grande movimento, comerciazliação na Ceasa foi baixa na última segunda-feira do ano(foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Com grande movimento, comerciazliação na Ceasa foi baixa na última segunda-feira do ano (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Com os pátios cheios, o movimento na Central de Abastecimento de Minas Gerais, Ceasa-MG, em Contagem, chamou a atenção nesta última segunda-feira do ano (28/12). Entretanto, o entra e sai de caminhões com mercadorias não significou um bom encerramento de 2020 para grande parte de produtores e comerciantes. Diante de uma crise provocada pela pandemia do novo cornavírus, que já se arrasta por  quase 10 meses, o consumo das festas de Natal e ano-novo não apresentou os resultados esperados. O cáculo é de uma queda em torno de 40% nas vendas e aquisição de produtos.
Marcírio  Francisco Pinto, produtor de bananas de Nova União, na Região Metropolitana de BH, classificou de "decepcionante" o movimento no entreposto. Ele confessa que esperava melhor comercialização de seus produtos, uma vez que na semana passada, às vésperas do Natal, viu superadas suas expectativas. "Como na quinta-feira (24) o movimento foi muito grande, esperava que se repetisse nesta semana, mas houve uma queda em torno de 40%".

Produtor da fruta de diversas espécies há 30 anos, disse que costuma vender, em média, 150 caixas, entre duas e quatro toneladas. "Não vendi nem mil quilos", lamentou. Ele apela para que a população não deixe de consumir alimentos: "Para qualquer doença, o primeiro recurso é a alimentação saudável. O medicamento é apenas um complemento que dá certo quanto o corpo está bem cuidado".
 
Com movimento em baixa, comerciante Leandro decidiu não abrir a loja no dia 31(foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Com movimento em baixa, comerciante Leandro decidiu não abrir a loja no dia 31 (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Comerciante de hortigranjeiros no Centro de BH, Leandro Tadeu da Silva, sentiu uma queda mais significativa no consumo a partir do dia 15 de dezembro, "quase 50%" observa. Ele atribui à pandemia. Para ele, o comércio na região central foi o mais afetado. "A cidade de repente ficou vazia, e nós atacadistas e varejistas sentimos profundamente a crise, com lojas, restaurantes e bares fechados, as pessoas, em casa, passaram a comprar nos bairros, próximo às suas residências." A suspensão das aulas também afetou muito o movimento, segundo Leandro, os pais que levavam filhos à escola costumavam "aproveitar a viagem" e fazer o sacolão no caminho.
 
Diante do baixo movimento nas vésperas natalinas, Leandro decidiu não abrir no dia 31. "não compensa", lamenta. O comerciante tomou medidas mais drásticas, diminuiu o espaço da loja pela metade, "para dar conta do aluguel" e demitiu três dos cinco funcionários.
 
Apesar dos pesares, tem gente comemorando, o caso de Carlos Henrique Pires Morais, que atua no ramo de frutas no Mercado Livre do Produtor (MLP). Seus principais  clientes são lojas, atacadistas, sacolões e supermercado. Ele conta que as geadas que acometeram o inverno no sul do país, redirecionou o mercado de frutas para produtores mais próximos. Com menor produção, os preços subiram para os agricultores mineiros. Ele calcula que houve uma baixa na oferta em torno de 20 a 30%. "Passamos a comprar pêssego, goiaba, ameixa, nectarina, uva e mação de Barbacena." Ele comercializa em torno de 50 toneladas/ano.
 
Produtores de frutas comemoram alta nos preços(foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
Produtores de frutas comemoram alta nos preços (foto: Edesio Ferreira/E.M/D.A Press)
A assessoria da Ceasa disse que não dispõe de número de pessoas e veículos circulando no entreposto, até este momento de dezembro. Informou ainda que desde o início da pandemia, a central já utilizou diversas formas de orientação contra a COVID-19, como faixas, carros de som, postagens em redes sociais, matérias no site e panfletos. Criou determinações para o funcionamento da estatal durante o período da pandemia, que foram encaminhadas para as Associações de Comerciantes, Produtores Rurais e Carregadores que trabalham na Ceasa Minas.
 
Segundo a resposta da assessoria, os produtores rurais "estão sendo incentivados a formarem grupos onde uma pessoa traz para Ceasa Minas a produção de todas as outras. Há ainda uma expressa orientação da diretoria da estatal para que os trabalhos desenvolvidos pelas empresas concessionárias sejam escalonados de forma a reduzir o número de pessoas, privilegiando as atividades com escalas reduzidas e/ou trabalhos remotos/home-offíce. Parte dos funcionários da própria Ceasa Minas também está em home-office".
 
A empresa informou que  implantou uma série de medidas preventivas contra o coronavírus, "o que tem permitido garantir a normalidade do abastecimento agroalimentar à população e proteger a saúde de funcionários, produtores rurais, lojistas, consumidores, movimentadores de mercadorias e demais trabalhadores".
 
Em boletim publicado na quarta-feira (16/12), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) constatou que os acompanhamentos da ceia de Natal estão mais caros. Hortaliças como batata e cebola tiveram alta de preços no último mês, segundo o 12º Boletim Prohort. A análise realizada mensalmente pela Conab considera as hortaliças mais comercializadas nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país e que têm maior participação no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). Integram a avaliação: alface, batata, cebola, cenoura e tomate.
 
O comportamento deve-se especialmente à baixa disponibilidade de batata. Apenas em setembro os preços estiveram mais baixos pela grande oferta do produto naquele período. O clima mais quente em setembro encurtou o ciclo de produção, adiantou a colheita e motivou a concentração da oferta. Como consequência, no período seguinte, a disponibilidade diminuiu e os preços subiram.
 
Na comparação de outubro com setembro, a oferta de batata nas ceasas analisadas pela Conab foi cerca de 10% menor. Essa queda foi ainda maior (20%) na comparação entre novembro e outubro. O movimento foi mais intenso nos estados de São Paulo e de Goiás. Neste último, a safra está praticamente encerrada.
 
Entre essas hortaliças, predominou a alta de preços, com exceção do tomate, que ficou mais barato em São Paulo/SP, Vitória/ES, Curitiba/PR e Recife/PE no comparativo de novembro com outubro. A maior queda, de cerca de 15%, foi em Recife (20,81%), especialmente devido ao aumento da oferta do produto originário do próprio estado.
 
Os preços da banana, laranja, maçã, mamão e melancia tiveram variação moderada em novembro, quando comparados aos do mês anterior. A melancia registrou queda tanto na quantidade comercializada como nos preços, mesmo com o fim da safra na região de Uruana/Ceres (GO).
 
Segundo o boletim, esse cenário deve-se à menor demanda na maior parte do mês, devido ao tempo ameno e às chuvas, além da menor qualidade de alguns carregamentos. As exportações se mantiveram como um bom canal para o produtor brasileiro. As minimelancias cultivadas no Rio Grande do Norte encontraram mercado na Europa e as melancias de Goiás abasteceram países do Mercosul.


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