A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro com alta de 0,21%, ante um aumento de 1,15% em dezembro, informou nesta sexta-feira, dia 7, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa é a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.
A taxa é inferior ao 1,15% de dezembro e ao 0,32% de janeiro de 2019. O IPCA acumula taxas de 4,19% em 12 meses, abaixo dos 4,31% registrados nos 12 meses anteriores.
O IPCA de abril foi calculado com base na nova cesta de produtos e serviços, atualizada pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, que reflete mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. Pela primeira vez, um robô virtual coletou variações de preços do transporte por aplicativo.
Estimativas de analistas
O resultado veio menor que o piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,31% e 0,56%, com mediana positiva de 0,35%. Em 12 meses, o resultado foi de 4,19%, informou o IBGE. Tal valor também está abaixo do piso do intervalo das projeções dos analistas, que iam de 4,24% a 4,55%, com mediana de 4,34%.
Carne
Passado o choque de preços, as carnes ficaram mais baratas em janeiro, desacelerando a alta nos gastos das famílias com Alimentação e bebidas no mês. Depois de subirem 18,06% em dezembro, os preços das carnes recuaram 4,03% em janeiro, item de maior contribuição negativa para a inflação do mês: -0,11 ponto porcentual.
De dezembro do ano passado para janeiro deste ano, o grupo Alimentação e bebidas saiu de uma taxa de 3,38% para 0,39%, uma contribuição de 0,07 ponto porcentual. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"(A carne) Estava com preço elevado em dezembro, então a gente está comparando com uma base elevada. Os preços não voltaram ao patamar anterior, mas tiveram leve recuo. Se considerar janeiro do ano passado, o patamar (de preço das carnes) está bem mais alto ainda. Não devolveu tudo que tinha subido", ressaltou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
O custo da alimentação no domicílio cresceu 0,20% em janeiro, após um avanço de 4,69% em dezembro. As famílias pagaram mais pelo tomate (13,72%, depois de uma alta de 21,69% no mês anterior) e pela batata-inglesa (11,02%).
A alimentação fora do domicílio subiu 0,82% em janeiro, ante uma elevação de 1,04% em dezembro. A refeição ficou 1,05% mais cara em janeiro, enquanto o lanche aumentou 0,42%. "A variação da alimentação fora de casa é um pouco mais estável. Os preços não variam tanto quanto na alimentação no domicílio", explicou Kislanov.