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O que podemos aprender com a startup de BH comprada pelo iFood

A Hekima começou com um grupo de estudantes da UFMG. Eles hoje lideram as pesquisas em inteligência artificial da gigante foodtech


postado em 24/01/2020 04:00 / atualizado em 23/01/2020 21:27

Time da Hekima: talento em inteligência artificial(foto: Divulgação)
Time da Hekima: talento em inteligência artificial (foto: Divulgação)

Quando um grupo de sete estudantes no quinto período de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criou uma solução para monitoramento de mídias sociais, em 2008, não imaginaria que 11 anos mais tarde passaria a liderar a inovação em inteligência artificial de uma companhia como o iFood. Foi o que ocorreu com a Hekima, empresa adquirida pela gigante foodtech, depois de criar nome com pesquisa e desenvolvimento de soluções e tecnologias para transformar dados em informações essenciais na tomada de decisão e melhoria da performance das organizações.

A startup mineira passou pelo processo de acqui-hiring. O neologismo denota a aquisição de uma empresa motivada pela “compra dos talentos”, mais do que por produtos e serviços. O valor da transação não foi divulgado. O investimento faz parte de um plano ambicioso com resultados concretos no serviço prestado pelo iFood. Depois de receber investimento de US$ 500 milhões em novembro de 2018, um dos maiores na América Latina, o iFood expandiu o foco em inteligência artificial.

Entre outras aplicações, está no horizonte da empresa a entrega por drones, como explica Victor Salles, que foi cofundador e líder da área de soluções de Inteligência Artificial (IA) e projetos de big data da Hekima e hoje atua como lead data scientist do iFood (cientista de dados-chefe). “O desafio é transformar a forma como a gente se alimenta. E estamos falando de experiência completa de algo que é muito vital para qualquer pessoa. Precisamos de logística muito eficiente, para a comida chegar em um tempo ideal, além de muitos elementos de recomendação, para que, no futuro, tenhamos uma experiência gastronômica personalizada para todos”, detalha Victor.

Ele conta que a equipe ainda está se habituando à nova vida, no escritório em São Paulo. As trinta pessoas que faziam parte da companhia em Belo Horizonte já foram incorporadas ao time de foodlovers, como dita o sempre empolgante léxico corporativo das startups. A maior parte dos profissionais integra o grupo responsável pelo desenvolvimento de tecnologias em inteligência artificial. A perspectiva é de que, em breve, o escritório da Hekima, na Avenida Álvares Cabral, no bairro de Lourdes, na Zona Sul de BH, também seja palco de novidades.

“Hoje o espaço se tornou um escritório do iFood, mas é provável que haja ampliação, para aproveitar o celeiro de talentos no qual se tornou Belo Horizonte”, sugere Salles. “Um dos maiores desafios no mercado é a busca por talentos. Existe uma escassez de profissionais qualificados no país, porque muitos deles acabam recebendo propostas de trabalho no exterior. As iniciativas com foco em IA têm como objetivo reter talentos ao criar oportunidades atrativas no Brasil para experts trabalharem em tecnologias inovadoras no âmbito mundial”, diz Bruno Henriques, vice-presidente de Inovação e Crescimento do iFood.

Histórico
A trajetória da Hekima, até chegar a esse ponto, foi marcada por alguns pontos de virada, como explica Victor Salles. O grupo de estudantes, que entrou na faculdade em 2006, foi unido pelo professor Ivan Moura Campos – conhecido no meio por ter também fundado a Akwan, comprada pelo Google em transação que praticamente fundou essa vocação para a capital mineira. Ivan conectou esse grupo de sete gênios da computação à publicitária Rachel Horta, que, à época, tinha uma empresa de monitoramento e análise de dados para mídias sociais.

Aqui estamos em 2008, quando as redes sociais ainda eram uma grande novidade. O grupo tinha o desafio de automatizar o trabalho. “Ivan viu um monte de menino querendo empreender em tecnologia e os colocou para resolver um problema real”, conta Salles. O time então criou a plataforma Buzzmap, que depois deu origem à Zahpee.

“A gente começou criando essa plataforma, e em 2009 criamos o nosso primeiro programa de computador de inteligência artificial – ele era focado ainda nas mídias sociais, em como classificar sentimentos automaticamente, fazer inferência de localização do usuário e outras funções”

Em 2015, a mudança de marca veio como uma epifania profética: assumiram o nome Hekima – o termo, escolhido por Moura Campos, significa "sabedoria" em suaíli, idioma falado em países como Quênia, Ruanda, Tanzânia e Uganda. Foi na mesma data em que caiu uma poderosa ficha: “Percebemos que o que tínhamos era muito maior do que rede social”, diz Salles. Ali, as máquinas criadas pela equipe já aprendiam a cruzar dados como previsão do tempo e informações de instituto de pesquisas, por exemplo.“Quando chegamos nesse ponto, vimos que tínhamos um mercado enorme pela frente, que era prover soluções inovadoras de inteligência artificial”, conta.

Namoro
Em 2018, começou o “namoro” com a iFood – a startup mineira criou os primeiros projetos para a foodtech: um processo de precificação dinâmica e outro que ajuda a determinar as prateleiras dos produtos, a partir dos dados publicados pelos restaurantes.

No penúltimo dia de 2019, o processo de acqui-hiring foi concluído e o contrato assinado. Sobre essa história de 11 anos que começa em redes sociais e termina em inteligência artificial, Salles tem uma teoria: “Claro que a capacitação da equipe é a base, mas gosto de pensar que essa questão de criação e evolução de startups tem, muitas vezes, a ver com aquela história: você atira no que vê e acaba acertando no que você não vê”.

"Posso estar te ajudando?"
O uso esperto de soluções de big data para poupar tempo e dinheiro é tendência preciosa no mundo dos negócios. Automatizar processos com inteligência artificial se tornou uma das ferramentas estratégicas mais poderosas para criar vantagem competitiva em praticamente qualquer área: atendimento, comportamento do consumidor, análise de mercado, previsão e análise de cenários, segurança e recrutamento, por exemplo.

Uma das principais tendências é o crescimento do mercado de chatbots: atendimento a clientes feito por robôs – que, em breve, serão capazes de saber se os consumidores estão bravos, chateados ou satisfeitos para definir melhor abordagem em cada atendimento.


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