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Estado de Minas VAREJO

Venda cresce 9,5% e shoppings têm melhor Natal desde 2014

Associação de lojistas diz que no ano o resultado deve fechar com alta de 7,5%, acima dos 5% projetados. Juros baixos, 13º salário e saques do FGTS explicam saldo positivo


postado em 27/12/2019 04:00 / atualizado em 26/12/2019 21:27



A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) informou ontem que as vendas de Natal aumentaram 9,5% na comparação com o ano passado. Cerca de 400 empresas de varejo de todo o Brasil entraram na avaliação, que abrangeu o período de 1º a 20 de dezembro. É o melhor desempenho desde 2014, início da crise econômica, a pior da história do país, que afetou duramente as vendas do varejo até 2018. Para o presidente da entidade, Nabil Sahyoun, o desempenho foi “muito positivo”. Ele explicou que os dados preliminares indicam que o setor deve fechar o ano com um crescimento de 7,5%, ante 2018. Calcula-se, ainda, um faturamento de R$ 168,2 bilhões.

Como explicou Sahyoun, os valores podem apresentar, na versão final do relatório, pouca variação, para cima ou para baixo, de modo que já se pode considerá-los bem definidos. O resultado do setor no ano ficou acima do esperado pela entidade, que havia previsto inicialmente alta em torno de 5% para o acumulado do ano. O resultado de 2019 também foi o maior desde 2014, de acordo com a associação.

Os ganhos alcançados, avaliou o presidente da entidade, são fruto de uma confluência de fatores. Como exemplos, Sahyoun citou a conversão do 13º salário na economia, que, conforme previu o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, movimentaria R$ 214 bilhões na economia, este ano. Para ele, a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a taxa básica de juros, Selic, definida em 4,5% ano também contribuíram para os resultados.

“Temos de festejar o Natal de 2019. O resultado foi muito positivo”, disse o presidente da Alshop. A pesquisa da Alshop é feita em parceria com o Ibope e apura os resultados de vendas de 762 shopping em operação no país. São ouvidos 400 empresários, presentes em 30 mil pontos de vendas. O levantamento apontou ainda que ocorreram 12 inaugurações de centros de compras em 2019, com abertura de 1,1 mil lojas e geração de 9 mil empregos.

Sahyoun afirmou ainda que o avanço das vendas dos lojistas de shoppings foi sustentado por um conjunto de fatores. Porém, a base de comparação é fraca, dada a demanda reprimida entre os consumidores nos anos anteriores. Segundo ele, há uma tendência de crescimento das vendas em 2020, caso sejam mantidas as reformas na economia brasileira. “Os números com certeza serão melhores em 2020”, disse.

Novos 

Outro dado comemorado pela entidade diz respeito ao crescimento esperado no número de novos shoppings. Segundo sondagem realizada pela Alshop, o Brasil deve ganhar 31 novos centros de compras ao longo dos próximos três anos. “Se as reformas econômicas avançarem, em especial a tributária e a administrativa e o ano de 2020 for bom, as construções tendem a acelerar e podemos ter de 15 a 20 inaugurações já no próximo ano”, disse Nabil Sahyoun.

O resultado indica uma possível melhora do setor, mas o número ainda é um tanto tímido em comparação com o começo da década, quando mais de 30 shoppings eram abertos a cada ano no Brasil. Hoje, o país conta com 762 centros de compras ativos, incluindo 12 que foram inaugurados neste ano.

O presidente da associação de lojistas em shoppings centers afirmou que a grande maioria dos empresários está investindo na expansão das lojas, movimento que inclui desde grandes redes até franquias. Segundo ele, há uma tendência de interiorização dos shoppings, devido à saturação dos empreendimentos nas capitais.

Na opinião do diretor institucional da Alshop, Luís Augusto Ildefonso, a ocupação dos shoppings está crescendo, embora ele não tenha citado números atualizados que apontem o movimento. “Chegamos a ter vacância de 45% nos shoppings novos há quatro anos, durante a crise. Mas o percentual caiu bastante”, disse.

Ildefonso afirma que a relação entre o lojista e os proprietários de shoppings está mais “afável”, com contratos mais flexíveis. “A tendência é que a vacância diminua. As lojas fechadas na crise precisam ser reabertas. E há novas marcas a caminho, inclusive estrangeiras”, afirmou.

Questionados sobre o avanço do comércio eletrônico, Sahyoun disse entender que o varejo físico “está um passo adiante” do on-line. “Mesmo que o consumidor compre no modelo on-line, jamais vai deixar de visitar os shoppings, onde há experiência de compra, emoção do convívio e entretenimento”, comentou.

Faturamento das lojas dos 762 centros comerciais do país este ano deve somar R$ 168,2 bilhões, segundo a Alshop(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Faturamento das lojas dos 762 centros comerciais do país este ano deve somar R$ 168,2 bilhões, segundo a Alshop (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
 
 
  

Comércio mais confiante



O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 0,3 ponto na passagem de novembro para dezembro, para 98,1 pontos, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). No índice de médias móveis trimestrais, o indicador subiu 0,3 pontos em dezembro, após uma queda em novembro. “O comércio encerra 2019 com uma acomodação da confiança em patamar próximo aos 100 pontos. Apesar da melhora da percepção dos empresários sobre o ritmo de vendas no momento presente, os empresários se mostram cautelosos com a sustentabilidade da recuperação do setor nos próximos meses. A continuidade e a velocidade da recuperação vão depender de uma melhora mais expressiva da confiança dos consumidores e do mercado de trabalho”, avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Em dezembro, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 0,9 ponto, para 95,8 pontos, maior patamar desde dezembro de 2018, quando estava em 97,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 0,4 ponto, no terceiro mês de quedas consecutivas, para 100,5 pontos. Apesar dos recuos recentes, o IE-COM se mantém acima do nível neutro de 100 pontos desde julho de 2019.

“Depois de registrar ritmo fraco no início do ano, em especial o segundo trimestre, a confiança do comércio voltou a crescer nos dois últimos trimestres de 2019. O avanço foi influenciado pela melhora do ISA-COM, que subiu 6,1 pontos no segundo semestre, mostrando uma recuperação no ritmo de vendas do setor devido à influência da liberação de recursos do FGTS. Já as expectativas continuam acima dos 100 pontos, mas voltaram a recuar no quarto trimestre, indicando continuidade da recuperação ainda em ritmo gradual”, ressaltou a FGV, em nota. A coleta de dados para a edição de dezembro da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 2 e 20 do mês e obteve informações de 805 empresas.
 


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