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Carro elétrico compartilhado já é realidade em Brasília

Carros do modelo Ranault Twizy foram a estrela do evento de lançamento nesta segunda-feira, na capital brasileira, do projeto Veículo para Eletromobilidade (VEM DF)


postado em 08/10/2019 06:00 / atualizado em 08/10/2019 08:12

(foto: Renault/Divulgação)
(foto: Renault/Divulgação)



São Paulo – Carros do modelo Renault Twizy perfilados em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, chamavam a atenção de quem passava pelo local nesta segunda-feira pela manhã. Escondidos sob uma espécie de lona, os carrinhos compactos da montadora francesa foram a estrela do evento de lançamento do projeto chamado VEM DF (Veículo para Eletromobilidade), que oferecerá a 300 servidores públicos a oportunidade de se locomover pela capital federal sem custo e, principalmente, com zero emissão de poluentes.

“Esse é o início de uma nova era na mobilidade”, disse Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil. “Queremos replicar no Brasil sistemas bem-sucedidos de transporte elétrico compartilhado que já temos em cidades europeias, como Madri, Barcelona e Paris.”

''Queremos replicar no Brasil sistemas bem-sucedidos de transporte elétrico compartilhado que já temos em cidades europeias, como Madri, Barcelona e Paris''

Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil



O projeto de carros elétricos da Renault em Brasília foi executado numa parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), que investiu cerca de R$ 1 milhão para desenvolver software de compartilhamento com foco em uso para governos.

O software MoVe permite reservar os veículos disponíveis, acompanhar sua localização, rastrear o automóvel, monitorar a velocidade, a carga de bateria, rotas percorridas e mais informações. Os carros também serão desbloqueados com cartões específicos dos servidores. Como Brasília tem topografia predominantemente plana e tensão de 220 Volts, a cidade foi escolhida para abrigar o primeiro projeto, que terá 31 eletropostos (locais de recarga das baterias).

Mais do que um divisor de águas para a indústria automobilística e de infraestrutura urbana, o VEM DF servirá como cartão de visitas da Renault, da ABDI e de Itaipu, para implementação em outras cidades brasileiras. De acordo com Gondo, já existem negociações em curso com uma capital nordestina e outra da região Sul para receberem sistemas semelhantes. “Não posso revelar detalhes e nem citar nomes, mas já estamos dialogando com algumas empresas e administrações públicas sobre isso.”

Na primeira fase do sistema inaugurado ontem, os Twizy poderão circular dentro de um perímetro restrito à Esplanada dos Ministérios e à sede dos órgãos da administração do Distrito Federal. Os carros da Renault têm capacidade para apenas dois ocupantes, autonomia de até 100 quilômetros e velocidade máxima de 80 quilômetros por hora (km/h). “Nosso objetivo é desenvolver e divulgar soluções e promover o investimento em eletromobilidade, um dos pilares estratégicos das cidades inteligentes”, afirmou o presidente da ABDI, Igor Calvet.

Os 35 pontos de recarga foram fabricados pela catarinense WEG, uma das líderes em motores industriais no país. Os reabastecimentos serão gratuitos e de uso coletivo, adaptados para todos os tipos de carros movidos a eletricidade. Pelos cálculos da ABDI, foram investidos cerca de R$ 2,1 milhões na aquisição dos carros e na implementação dos eletropostos. “O valor total do projeto será insignificante diante dos benefícios que essa revolução elétrica e todos os seus desdobramentos trarão para a economia brasileira”, acrescentou Calvet.

BOM NEGÓCIO 

Na avaliação do diretor-superintendente da WEG Automação, Manfred Peter Johann, o mercado de carros elétricos no país vive um caminho sem volta e, em poucos anos, será parte do cotidiano da sociedade brasileira. “Os veículos elétricos são uma tendência mundial. A infraestrutura acompanhará a demanda. Ter estações de recarga adequadas para todas as necessidades será indispensável nesse novo cenário.”

Por enquanto, o Renault Twizy não estará disponível para consumidores comuns, como já ocorre na Europa. Por lá, o carrinho custa cerca de 8 mil euros, o equivalente a R$ 35 mil. Ele tem 2,33 metros de comprimento e 1,23 metro de largura e o passageiro senta atrás do motorista, como se fosse em uma moto. Embora pequeno, o minicarro é equipado com porta-luvas, freios ABS, airbag e sensor de ré. O modelo não tem ar-condicionado e vidros nas janelas laterais. Quando chove, é necessário acoplar uma peça de acrílico para não se molhar.

O desbloqueio do carro ocorrerá com o crachá do servidor, por meio do app, sistema de uso semelhante ao já utilizado em compartilhamento de bicicletas e patinetes. No entanto, diferentemente de carro convencional, o Twizy não fecha ou liga com chave. O acionamento da ignição é feito com cartão.

Embora seja inquestionável o benefício ambiental, a coordenadora de Difusão Tecnológica da ADBI, Talita Daher, destaca que o novo sistema de mobilidade também é amigável aos cofres públicos. O governo do Distrito Federal gasta mais de R$ 16 milhões para manter e abastecer os 1.927 veículos movidos a gasolina ou etanol. Segundo ela, será possível reduzir 50% dos gastos. “Sob qualquer ponto de vista, os carros elétricos compartilhados são um bom negócio.”

Minicarros comportam duas pessoas e têm capacidade para percorrer cerca de 300 quilômetros, ótima opção para os grandes centros (foto: José Cruz/Agência Brasil/Divulgação)
Minicarros comportam duas pessoas e têm capacidade para percorrer cerca de 300 quilômetros, ótima opção para os grandes centros (foto: José Cruz/Agência Brasil/Divulgação)


Alternativa econômica para locomoção urbana


Os carros elétricos surgem como uma ferramenta imbatível nas questões ambientais e financeiras, é verdade, mas não representam a morte dos carros movidos a combustão, no curto prazo. Na avaliação do próprio presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, a baixa autonomia dos modelos eletrificados, com capacidade de deslocamento de cerca de 300 quilômetros, faz com que eles sejam uma solução para o deslocamento urbano, não de longas distâncias.

“O brasileiro que vive e trabalha nas grandes cidades percorre até 60 quilômetros por dia, realidade que transforma o carro elétrico em excelente opção”, afirma Gondo. “Mas sabemos que outras tecnologias, como híbridos e térmicos, serão importantes, até que a tecnologia de armazenamento das baterias evolua.”

Alguns investimentos em infraestrutura estão, gradualmente, desmistificando o uso de carro elétrico também em rodovias. A montadora de carros de luxo BMW e a empresa do setor elétrico EDP, com apoio da rede de postos Ipiranga, inauguraram, no ano passado, seis postos de recarga na Rodovia Presidente Dutra, que interliga as duas maiores capitais do país – São Paulo e Rio de Janeiro.

POPULARIZAÇÃO 

A ação recebeu R$ 1 milhão em investimentos. “Esse é o maior corredor elétrico da América Latina, e deverá ser apenas um entre muitos outros que virão com a popularização dos motores elétricos nos próximos anos”, disse o presidente da BMW do Brasil, Helder Boavida, na época do lançamento.

Segundo ele, com três pontos de recarga em cada um dos sentidos da rodovia, a uma distância de 120 quilômetros cada, os postos possibilitam “uma viagem tranquila” pelos 430 quilômetros entre as cidades, sem risco de desabastecimento.


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