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Estado de Minas CRISE DO PETRÓLEO

Preços caem e Petrobras descarta reajuste imediato

Com redução de 6% das cotações do óleo, estatal diz não ter previsão para efetuar repasses às refinarias. Segundo a ANP, os postos não têm motivo para aumentos


postado em 18/09/2019 04:00


Litro da gasolina foi vendido na semana passada ao preço médio 0,09% maior, repetindo comportamento nacional(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press %u2013 30/1/17 )
Litro da gasolina foi vendido na semana passada ao preço médio 0,09% maior, repetindo comportamento nacional (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press %u2013 30/1/17 )





A Petrobras informou, ontem, que não há previsão para reajuste de preços dos combustíveis ao consumidor. Por meio de nota, a estatal disse que está monitorando o mercado internacional de petróleo, em função dos ataques a uma refinaria na Arábia Saudita. Os danos provocados à unidade processadora do óleo levaram ao corte de 50% da produção daquele país, que é o maior exportador do mundo, e à elevação dos preços internacionais do petróleo.

Por enquanto, segundo a Petrobras, não há previsão de reajuste de preços nos produtos negociados pela estatal, como os combustíveis e derivados de petróleo. Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas entendem que dentro de uma semana deverá haverá reflexo para o consumidor, tendo em vista a instabilidade das cotações do produto e o agravamento da crise do Golfo Pérsico.

Ontem, um dia após o preço do petróleo ter subido mais de 14%, devido aos ataques na Arábia Saudita ocorridos no fim de semana, em Nova York a cotação caiu 5,7%. O barril de WTI para entrega em outubro barateou US$ 3,56 e fechou em US$ 59,34. Poucos minutos antes do fechamento do mercado de Londres, o preço do barril de Brent (referência no mercado externo) caía 6,14%, a US$ 64,78.

A Petrobras informou que a cotação internacional do petróleo apresenta volatilidade e a alta súbita de preços “pode ser atenuada na medida em que maiores esclarecimentos sobre o impacto na produção mundial sejam conhecidos. A Petrobras decidiu por acompanhar a variação do mercado nos próximos dias e não fazer um ajuste de forma imediata”, diz a nota.

Depois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Alvorada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não quis comentar os efeitos que o ataque a refinarias na Arábia Saudita e a consequente alta do preço do petróleo no mercado internacional podem ter sobre os preços dos combustíveis no Brasil. “Quem resolve é a Petrobras”, limitou-se a responder aos jornalistas, ao transitar cercado por seguranças dentro do próprio ministério.

O Conselho de Administração da Petrobras não se manifestou ou pediu explicações à diretoria sobre a manutenção dos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias, apesar da oscilação brusca do petróleo no mercado internacional na segunda-feira e das notícias de que o presidente Jair Bolsonaro teria telefonado para o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, para tratar dos preços dos derivados. Na noite de segunda-feira, o presidente afirmou que a empresa deveria segurar os preços.

Ainda como reflexo da crise do petróleo, as ações PETR4 da Petrobras encerram o pregão de ontem na bolsa de valores com queda de 1,64% a R$ 27,60; e os papéis PETR3 se desvalorizaram em 1,87%, a R$ 30,42. O estatuto da empresa prevê que a definição dos preços dos combustíveis é uma incumbência da diretoria e não precisa ser submetida ao conselho. Mas, em ocasiões recentes em que houve dúvida sobre a ingerência do governo na decisão da diretoria de manter os preços dos combustíveis inalterados, conselheiros e diretores se reuniram virtualmente para tratar do tema. Dessa vez, porém, não houve qualquer movimentação nesse sentido.

Caixa 

A ideia da estatal é dar continuidade à política atual, que atrela os preços às cotações no mercado internacional, com repasses à medida em que há mudança de patamar dos valores. Na segunda-feira, a cotação do petróleo chegou a subir mais de 20% – a maior desde 1991, época da Guerra do Golfo. No fim do dia, o preço do barril fechou em alta de 14,67% em Nova York, a US$ 62,90. Em Londres, a alta foi de 14,61%, a US$ 69,02.

A preocupação de especialistas e investidores é que a empresa seja usada, novamente, para atender às demandas do governo, como aconteceu no passado para segurar a inflação. A companhia mantinha os preços dos combustíveis inalterados apesar das oscilações externas, o que gerou um rombo no caixa.

A notícia de que não serão feitos repasses imediatos pode não ser bem recebida pelos investidores e reverter os ganhos que a empresa teve na segunda-feira na bolsa de valores (a B3). As ações ordinárias da petroleira subiram 4,52% e as preferenciais, 4,39%, respectivamente. O movimento fez a estatal ganhar R$ 16 bilhões em valor de mercado.

“Se essa alta não for repassada, por causa da pressão dos caminhoneiros, a imagem da Petrobras pode ser afetada. Ou seja, a governança da petroleira está em jogo”, disse Luís Sales, analista da Guide Investimentos. No primeiro semestre, o presidente Jair Bolsonaro chegou a acionar o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, para intervir na política de preços da companhia, que acabou castigada por investidores. O atentado de sábado interrompeu a produção de 5,7 milhões de barris diários de petróleo da Arábia Saudita, volume que representa metade do exportado pelos sauditas e 5% da produção diária no mundo. (Com Agência Brasil)
 
 
Alta em 17 estados

O valor médio do litro da gasolina vendido nos postos brasileiros subiu em 17 estados na semana passada, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Houve queda em oito estados e estabilidade no Distrito Federal e em Mato Grosso. Na média nacional, o preço médio avançou 0,28% na semana, de R$ 4,298 para R$ 4,310. Em Minas Gerais, a alta no preço médio da gasolina foi de 0,09%, de R$ 4,552 para R$ 4,556 o litro. Em São Paulo, maior consumidor do país e com mais postos pesquisados, o litro da gasolina subiu 0,17%, de R$ 4,073 para R$ 4,080, em média. No Rio de Janeiro, o combustível encareceu 0,48%, de R$ 4,766 para R$ 4,789, em média.


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