À espera de novos editais para concursos, candidato deve manter foco

Brasília – A afirmação do presidente Jair Bolsonaro, dada no último sábado, dando conta de que “dificilmente” serão realizados concursos nos próximos anos no Brasil, como forma de economia de gastos com o funcionalismo federal, assusta quem se prepara para as seleções.

No entanto, especialistas garantem que a rotina de dedicação constante não deve ser alterada e não há motivos para preocupação, nem mesmo no período de julho, ao longo das tradicionais férias. O professor e coordenador científico do Gran Cursos Online, Rodrigo Silva, garante: “Só não vai valer a pena estudar para concurso quando rasgarem a Constituição e disserem que todos os cargos serão indicados por políticos”.

Silva afirma que a preparação dos candidatos para garantir uma vaga na carreira pública não deve parar de maneira alguma. “A fala do presidente é direcionada ao Executivo Federal e mesmo assim, alguns órgãos, como a Polícia Federal, a Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal dependem sempre dos servidores para cumprir os objetivos no âmbito nacional, como por exemplo fiscalizar a entrada de armas no país, fiscalizar desvio de verbas”, explica.

Além disso, o especialista garante que vale a pena continuar estudando também para as outras seleções, pois o Judiciário e o Legislativo não serão afetados por uma decisão do presidente. “Temos também os concursos municipais e estaduais que seguem inalterados e grande parte da demanda hoje vem dos estados. Então, é necessário continuar estudando. O concurso sempre será a forma de entrar em cargos públicos e sempre vai existir”, garante.

Pausa na preparação pode ser uma tentação, principalmente quando a maioria das pessoas ao redor do candidato tem tempo livre para viajar e curtir o descanso. Contudo, especialistas chamam a atenção para a iminência de editais previstos já para o segundo semestre do ano (veja o quadro). Segundo eles, quem sai na frente tem mais chances de chegar em primeiro.

Para José Wesley Rocha Fernandes, que é servidor público e professor de disciplinas de administração para concursos do preparatório IMP, os meses marcados por “férias” não servem de descanso para os concurseiros. “Os candidatos não devem parar em julho, por exemplo. Ou você fica imerso na preparação para concursos ou você descansa”, diz. Na opinião de Fernandes, neste momento de preparação não existe pausa. “Muitos se utilizam desse argumento de férias, inclusive, para justificar descanso fora de hora ou até mesmo a preguiça. Então, não é necessário parar.”

Aprovação

A servidora pública Ane Gotlib, de 30 anos, destaca que abdicar de descansos faz parte do processo de preparação. Ela conseguiu a tão sonhada aprovação para um concurso federal, com oito meses de estudo. Mas, para isso, muitas renúncias foram necessárias. “Eu trabalhava e estudava ao mesmo tempo. Então, eu precisei estudar aos fins de semana e férias também. Inclusive eu usei 20 dias de férias gozadas antes da aplicação das provas do meu concurso pra me preparar intensamente. Ficava trancada num cursinho durante as férias pra poder estudar”, comenta.

Ane afirma que o fato de ter aproveitado todos os momentos de tempo “livre” para dedicação total aos estudos, contribuiu muito para uma aprovação em pouco tempo de estudo. “Minha rotina era sair do trabalho e ir para o cursinho. Nos fins de semana, eu só estudava. Nada de férias, nada de festa, nada de shows. Era só estudando mesmo. Isso, com certeza, me ajudou a passar”, conta. “Quanto mais a gente se esforça e dedica o tempo em busca do seu objetivo, mais rápido ele é alcançado.”

Já o concurseiro Sérgio Ferreira Lima, de 37 anos, está estudando há quatro anos para a carreira policial. “Um sonho de criança”, ele afirma. Formado em análise de sistemas e trabalhando atualmente na área, ele busca o serviço público para garantir a estabilidade que ele não tem na iniciativa privada. Sobre férias, garante: “Pra quem está tentando uma vaga de concurso, essa palavra simplesmente não existe”.

O regulamento do concurso para diplomata foi publicado na semana passada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Diário Oficial da União. Serão oferecidas 20 oportunidades na classe de terceiro-secretário, cargo que recebe atualmente R$ 19 mil

A seleção com 400 vagas para analistas censitários foi autorizada e já tem banca organizadora definida, o Instituto AOCP. As oportunidades serão para contratos temporárias. O edital deverá sair em breve para definir as etapas de planejamento, acompanhamento e suporte especializado, relativas ao Censo Demográfico 2020. O prazo de publicação do edital termina em outubro e o prazo de duração dos contratos será de até um ano, com possibilidade de prorrogação

A seleção que deverá contratar 234.416 profissionais temporários, para atuar no Censo Demográfico 2020, também foi autorizada. De acordo com portaria, o edital deve ser publicado até novembro. Do total de vagas, 196 mil serão destinadas a recenseador que coleta as informações junto à população. Outro cargo com grande número de vagas é o de agente censitário supervisor (23.578). Serão contratados também supervisores, coordenadores censitários e agentes censitários operacionais

O concurso para preenchimento de vagas nas unidades do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Amazonas, Maranhão, Ceará, Pará e Alagoas já recebeu autorização e na maioria desses órgãos, foram contratadas as bancas organizadoras dos certames. Até o momento, foram oferecidas 83 vagas e o salários devem alcançar R$ 9,4 mil

Com edital de concurso público aberto, a Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag/MG) recebe inscrições até 7 de agosto. Serão oferecidas 40 vagas para o cargo de especialista em políticas públicas e gestão governamental, com remuneração nível 1, grau A, correspondendo a até R$ 5.451,65. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais. Os interessados devem se cadastrar no site concurso.fundacaocefetminas.org.br

O concurso deve oferecer um cargo para procurador do Ministério Público junto ao Tribuna de Contas do Distrito Federal, um cargo para auditor/conselheiro-substituto e 10 cargos de nível superior em áreas ainda não especificadas. A corte já autorizou a contratação do Cebraspe como banca organizadora.

A abertura do concurso da Polícia Civil do Distrito Federal foi anunciada em fevereiro pelo governador Ibaneis Rocha. Deverão ser contratados 1,5 mil agentes e 300 escrivães. A corporação confirmou que o processo para contratação da banca organizadora já está na fase de escolha.

 

Com edital de concurso público aberto, a Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag/MG) recebe inscrições a´te 7 de agosto. Serão oferecidas 40 vagas para o cargo de especialista em políticas públicas e gestão governamental, com remuneração nível 1, grau A, correspondendo a até R$ 5.451,65. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais.

Os interessados devem se cadastrar no site concurso.fundacaocefetminas.org.br. A taxa de inscrição é de  R$ 60 e o regulamento reserva 10% das vagas a pessoas com deficiência e outras 205 oportunidades a afrodescendentes. A primeira etapa da seleção consiste no Exame Nacional do Ensino Médio de 2019 (Enem 2019), marcado para 3 e 10 de novembro próximo, como ingresso no curso de graduação em Administração Pública (Csap). A segunda fase é o Csap propriamente dito, de caráter eliminatório, com duração de quatro a cinco anos.