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Estado de Minas

Cemig negocia reajuste nas contas de luz

Concessionária mineira não informa índice reivindicado da Aneel, mas admite não saber se aumento será autorizado pela agência. No ano passado, alta na conta de luz foi de 23,19%


postado em 04/04/2019 06:00 / atualizado em 04/04/2019 07:21

Perdas com ligações clandestinas chegam a R$ 92 milhões e vão pesar na definição do aumento na conta de luz (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press 13/7/04 )
Perdas com ligações clandestinas chegam a R$ 92 milhões e vão pesar na definição do aumento na conta de luz (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press 13/7/04 )

Representantes da Cemig e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) têm a primeira reunião no próximo dia 18 para discutir um possível reajuste na conta de luz. Documento com todo os dados operacionais e números da estatal foram encaminhados para a Aneel na semana passada. Ontem, dirigentes da Cemig disseram ser prematuro apontar reajustes e até mesmo se o reajuste acontecerá. A decisão será anunciada na segunda quinzena de maio – e a nova tarifa será adotada a partir do dia 28. No ano passado, o reajuste médio na conta de luz dos mineiros foi de 23,19%. Os percentuais de aumento variaram de 18,53%, para consumidores residenciais com baixa renda, a 35,56%, no caso das indústrias.

Uma série de fatores influencia na decisão sobre as tarifas aplicadas ao consumidor, entre eles, a conta CVA – que representa a diferença entre o valor gasto com a compra da energia e o arrecadado com a distribuição. O valor que em dezembro foi de R$ 730 milhões, no ano passado chegou a R$ 1,1 bilhão. Outro ponto levado em consideração na aprovação de um reajuste e a definição do índice é a chamada “perda não técnica”, especialmente com os chamados “gatos”.

De acordo com dados divulgados ontem pela Cemig, no último trimestre de 2018 a perda da Cemig com as ligações ilegais de energia elétrica chegou a R$ 92 milhões. Embora grande parte da perda seja vinculada a fraude, há ainda um índice pequeno causado por defeitos no medidor. “Nem tudo é fraude, mas é importante cada vez mais o combate a essas perdas por meio da fiscalização”, afirmou o Antônio Carlos Velez Braga, superintendente de relações com investidores da Cemig.

Lucro


A Cemig anunciou ontem um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão em 2018 – valor 70% superior ao ano anterior. Somente entre outubro e dezembro o número chegou a R$ 1 bilhão. Entre os fatores apontados pela empresa para o resultado positivo estão o aumento na eficiência operacional, redução no custo da dívida e venda da rede de telecomunicações nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, que gerou para os cofres da Cemig R$ 654 milhões dentro do plano de desinvestimento.

A folha de pagamento teve uma redução de 13%, parte do volume em razão de um programa de demissão voluntária (PDV) com a adesão de cerca de 500 funcionários. O custo do PDVP foi de R$ 65 milhões. A geração de caixa medida pelo lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (a chamada Lajida) foi de R$ 3,8 bilhões.

Em relação à dívida da empresa, hoje estimada em R$ 13,1 bilhões, a Cemig conseguiu renegociar e alargar o prazo para uma média de 4,1 anos – o prazo médio era de 2,2 anos. Além disso, houve uma redução no custo da dívida. A Cemig Geração e Transmissão tinha uma dívida a vencer no segundo semestre de 2018 e captou US$ 500 milhões no mercado internacional. Além de alongar o prazo de 4,3 anos para 5 anos, os recurso foram usados para pagar dívidas de prazos mais curtos e custo médio mais elevado.

No entanto, se até 2017 a Cemig não tinha dívidas em dólar, hoje o montante chega a 40% do total, graças à emissão de títulos em dólar com bancos americanos, no valor de US$ 1,5 bilhão. Embora a empresa reconheça que a vinculação a uma moeda estrangeira não seja o modelo ideal, foi acertado um instrumento financeiro (hedge) para que o câmbio não ultrapasse os R$ 5.


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