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Estado de Minas 1º DE MAIO

Mesmo com crescimento do PIB, taxa de desemprego não recua no país

Informalidade cresce no Brasil e já representa 60% das contratações no mundo


postado em 01/05/2018 06:00 / atualizado em 01/05/2018 08:00

Homens fazem publicidade de compra de ouro em BH. Contingente de trabalhadores sem vínculo já supera o de empregados formais no país(foto: Tulio Santos/EM/D.A.Press)
Homens fazem publicidade de compra de ouro em BH. Contingente de trabalhadores sem vínculo já supera o de empregados formais no país (foto: Tulio Santos/EM/D.A.Press)

Brasília – Apesar de o país estar deixando para trás a maior recessão da história, os brasileiros têm muito pouco a comemorar no Dia do Trabalho. A recuperação da economia está ocorrendo a passos mais lentos do que o esperado e o número de desempregados aumentou em março, conforme dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Passou de 12,3 milhões, no último trimestre de 2017, para 13,7 milhões nos primeiros três meses deste ano. Nesse mesmo período, o rendimento médio ficou estagnado em R$ 2,169 mil.

Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas admitem que esse quadro não é nada animador, pois o emprego ainda não deve voltar a crescer tão cedo porque a expansão da economia está abaixo do necessário para que isso ocorra. “A recuperação está ocorrendo de forma gradual e ainda há uma ociosidade elevada da capacidade produtiva. Portanto, para o desemprego voltar a cair será necessário que o país cresça, por quatro anos seguidos, em torno de 4%, algo que vai demorar vários anos ainda”, explicou o economista e especialista em mercado de trabalho Carlos Alberto Ramos, professor da Universidade de Brasília (UnB). A mediana das estimativas do mercado prevê alta de 2,75% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

A desigualdade entre gêneros permanece segundo estudos de mercado que mostram que as mulheres, mesmo com escolaridade superior do que os homens, chegam a ganhar quase metade do salário nas mesmas funções.

Menos formalidade

De acordo com Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o emprego formal vem diminuindo em ritmo contínuo. Nos últimos quatro anos, o total de pessoas com carteira assinada, encolheu em quatro milhões, totalizando 32,9 milhões trabalhadores. Em 2014, quando a taxa de desemprego estava em torno de 7%, havia 36,9 milhões de brasileiros trabalhando sob as regras da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

“Esse dado é o que nos deixa mais preocupados porque está havendo uma queda média de 500 mil vagas por trimestre. Em quatro anos, perdemos 4 milhões de vagas formais no meio dessa recessão dos anos de 2015 e 2016”, lamentou. A taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2018 ficou em 13,1%, dado superior aos 11,8% computados entre outubro de dezembro de 2017.

Outro dado preocupante destacado por Azeredo, além desses 13,7 milhões desocupadas são as 4,3 milhões de pessoas (a maioria pardos e negros) em situação de desalento, que deixaram de procurar emprego. Esses dois, somados aos jovens que não estudam nem trabalham, compõem um exército de 26 milhões de pessoas que estão subutilizadas no país atualmente.

Manifestações

As manifestações programadas pelas centrais sindicais para o dia de hoje em todos os estados brasileiros não preveem festejos, mas protestos. “Não temos o que comemorar. A palavra comemoração deixamos para outro dia”, afirmou a vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro. Os atos unificados terão como mote “Em Defesa dos Direitos e por Lula Livre”.

A CUT e mais seis centrais sindicais brasileiras – Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST, Uniao Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical – voltaram a unir forças e escolheram Curitiba para realizarem a principal manifestação no país. O protesto está marcado para às 14h, na Praça Santos Andrade, conhecida como Praça da Democracia. São esperadas mais de 20 mil pessoas no evento.

Em pronunciamento em cadeia nacional na noite de ontem, o presidente Michel Temer reconheceu o dia de hoje não é de festa. “O Dia do Trabalho, é um dia de reflexão, não é um dia de festa. Nós temos que comemorar a nossa capacidade de trabalho”, afirmou ele, fazendo homenagens para várias categorias. “Enquanto alguns passam o dia criticando, a gente passa o dia trabalhando. E nessa data especial, o país agradece a quem faz, a quem produz e a quem realiza”, concluiu.

 


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