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Estado de Minas

'Eu era classe média, e agora, estou rico', diz brasileiro que produz bitcoin


postado em 31/12/2017 10:01

Ciudad del Este, 31 - Aos 28 anos, o carioca Thiago da Silva Rodrigues é um dos novos ricos da bitcoin. Ele está no Paraguai há seis meses produzindo a moeda virtual. "Eu era um cara de classe média, da Barra da Tijuca. Agora estou rico", conta. "Tenho medo de sequestro e, quando volto ao Rio, só ando acompanhado por um segurança."

Ele e a mulher, Mariana de Abreu, são programadores. Especialista em blockchain, que é a tecnologia por trás da criptomoeda, ele prestava consultoria para empresas no Brasil. A empresa ainda existe, hoje tocada por funcionários. Mas o seu foco é agora a produção da moeda virtual, um processo também chamado de mineração.

Seguindo a máxima que imperava no auge de Serra Pelada, no Norte do País, onde se dizia que, no garimpo, ganha mais dinheiro quem vende pá e picareta do que aquele que se embrenha na serra, Rodrigues, está reformando um prédio em Ciudad Del Este para transformá-lo em uma fábrica de máquinas de bitcoin.

A ideia é importar peças da China e montar no país. "O imposto de importação aqui é de apenas 1,5%. Quero aproveitar ao máximo esse momento da criptomoeda."

Luxo

No Paraguai, Rodrigues mora no condomínio mais luxuoso da região, o Paraná Country Club, em Hernandárias, a 15 quilômetros de Ciudad del Este. É lá que residem hoje todos os brasileiros do bitcoin na região.

Com forte esquema de segurança, o local é destino consagrado dos brasileiros do agronegócio no Paraguai, chamados de brasiguaios, que fugindo dos problemas de segurança no interior do País passam o período do safra nas fazendas e se abrigam na entressafra no condomínio.

O Paraná Country Club tem aeroporto para pequenos aviões, dois campos de golfe e estande para prática de tiro (o porte de armas é liberado no Paraguai). Fica às margens do Rio Paraná, com vista para a Ilha Acaray, que abriga a usina hidrelétrica de mesmo nome.

"Aqui é cheio de brasileiro. Quem não é brasileiro é libanês ou taiwanês", diz Rocelo Lopez, que mantém no local um sobrado confortável com piscina para uso próprio e dos funcionários brasileiros a serviço de sua empresa no país.

Embora dividam o mesmo condomínio, os brasileiros que tocam as três grandes operações de mineração de bitcoin em Ciudad del Este não mantêm qualquer relação de amizade. O clima é de disputa entre eles.

No mês passado, o funcionário de uma mineradora foi avistado dentro de uma fábrica concorrente e o clima azedou de vez. "Eu mesmo conheço todos os mineradores aqui, mas não quero conversar com eles. É melhor eles lá e eu aqui", disse um empresário.

"Estivemos na China para comprar as máquinas e ninguém deixou a gente ver nada lá também. Não é só aqui no Paraguai, é assim no mundo inteiro. Descobrimos esse mercado há três, quatro anos, e estamos resolvendo tudo sozinhos", afirma Rocelo Lopez, que mantém uma fábrica com seis mil máquinas na cidade vizinha. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Renato Jakitas, enviado especial)


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