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Estado de Minas

Minas Gerais ganha a primeira unidade de torrefação e processamento de café

Equipamento permitirá que capacidade diária de torrefação do campo passa de 140 kg por dia para 600 kg de pó diários


postado em 14/12/2017 18:02 / atualizado em 14/12/2017 18:40

(foto: Erasmo Reis/Epamig)
(foto: Erasmo Reis/Epamig)

A produção de café em Minas Gerais poderá agora ser torrada de forma automatizada. Nessa quarta-feira a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) inaugurou uma unidade de torrefação do grão que, além de atender o grau produzido em suas quatro unidades, poderá atender produtores de outras instituições.

Atualmente a Epamig tem quatro unidades de produção de café em Machado - onde está localizada a torre de Torrefação -, Três Pontas, São Sebastião do Paraíso e Patrocínio.

Com a Unidade de Torrefação e Processamento de Café de Machado, a capacidade diária de torrefação do campo passa de 140 kg por dia para 600 kg de pó diários. “Além de agregar valor ao café que já é produzido por produtores locais e pela Epamig, a amostra fica pronta de forma muito mais rápida, o que vai também ajudar nas pesquisas que conduzimos com o café”, conta o gerente do Campo Experimental de Machado, Gilmar Cereda.

Segundo ele, atualmente 90% das pesquisas da Epamig com o grão são na linha de melhoramento genético. A empresa desenvolve cultivares com outros valores agregados, como, por exemplo, boa capacidade de resposta à cultura mecanizada e melhor qualidade. Esse material genético já é utilizado por produtores em todo o estado.

“Nosso maquinário era obsoleto, com pouca capacidade, e não era computadorizado. Agora, teremos um sistema de torra moderno, no qual o café é torrado suspenso no ar, o que melhora a uniformidade da torra”, explica Cereda. Os produtores poderão utilizar a unidade para fazer o processamento do café.

“Muitos deles só produzem café para consumo próprio, pois não têm a tecnologia para fazer este processamento. Eles poderão aumentar sua produção e comercializá-la”, completa o gerente. O presidente da Epamig, Rui Verneque, afirma que a grande expectativa é que a nova torrefação amplie a parceria da instituição com os produtores rurais.

“Eles poderão não só comercializar o café em grão cru, como também processado – torrado, moído e empacotado. Isso vai beneficiar principalmente os pequenos produtores, que dependem desta estrutura”, diz. A produtora Josiane da Silva está animada.

“A torra é primordial para conseguirmos extrair os sabores do café. Todo o meu café eu precisava levar para torrar no Instituto Federal de Muzambinho, a quase 150 quilômetros daqui. A Epamig fica aqui do lado de casa”, conta.

Entre os equipamentos da unidade estão um torrador automático, silo para descanso do café com capacidade de armazenamento de 600kg, moinho com capacidade de 200kg por hora, empacotadeira para café a vácuo e seladora a vácuo. Parte dos recursos vieram da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG).

Minas Gerais produziu 30,7 milhões de sacas de café na safra 2016, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com esse número recorde, o estado foi responsável por 60% de todo o volume produzido no país, que foi de 51,3 milhões de sacas em 2016.


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