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Estado de Minas

Greve chega ao fim e gasolina começa a voltar nos postos da Grande BH

Depois de dois dias de paralisação dos transportadores, o abastecimento só passou a ser feito na tarde de sábado. Motoristas tiveram de rodar várias revendas


postado em 10/12/2017 06:00 / atualizado em 10/12/2017 09:25

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O abastecimento dos postos de gasolina começou a se normalizar na tarde desse sábado na Grande Belo Horizonte, com o fim da greve dos transportadores de combustíveis. A paralisação, que afetou os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, foi encerrada na noite de sexta-feira depois de uma reunião dos representantes da categoria, no Palácio Guanabara, com o vice-governador do Rio, Francisco Dornelles; o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, e o deputado estadual André Ceciliano, do PT.

A informação de que a greve chegara ao final e que as entregas seriam regularizadas trazia alívio tanto para frentistas de postos quanto para motoristas, mas a demora nas entregas de combustíveis ainda provocou transtorno em muitos dos pontos de venda. No Posto Tigre, instalado no cruzamento entre a Avenida Brasil e as ruas Padre Marinho e Maranhão, não havia gasolina desde cedo. Os funcionários, apesar disso, permaneceram no estabelecimento durante toda a manhã, para informar aos clientes. À tarde, a maioria foi dispensada. Segundo João Carlos dos Santos Jr, de 31 anos, a expectativa era de que o funcionamento voltasse ao normal hoje.

Quem também não tinha gasolina para abastecer os carros dos clientes era o Posto Vera Cruz, na Rua Niquelina, no Bairro Santa Efigênia. Lá, segundo o frentista Sérgio Augusto Soares, de 57 anos, o produto acabou na sexta-feira à noite. “Disseram que vão entregar de madrugada. Estamos aqui esperando. Separamos o resto de combustível numa só bomba, mas esta é para atender apenas aos clientes fixos e a Polícia Militar.”

No Posto Niquelina, na esquina da rua de mesmo nome com a Avenida do Contorno, não faltou combustível, mas o preço foi reajustado, segundo o encarregado, Elielton de Souza, de 29 anos. “O movimento hoje foi intenso. Durou o dia inteiro. Foi um dos maiores que já tivemos. Mesmo com o preço sendo aumentado, as pessoas abasteciam, enchiam o tanque.” O preço subiu de R$ 3,87 para R$ 4,19. Elielton conta ainda que o posto tem caminhão. “Mas os grevistas não deixaram ele entrar na Petrobras. Esperamos que isso aconteça agora e a situação se normalize.”

Um dos primeiros postos a ter a entrega normalizada na Zona Leste de BH foi o Posto Rol, na Avenida dos Andradas, em Santa Efigênia. Dois caminhões descarregaram à tarde, de acordo com o líder de pista Heber Souza, de 27 anos.  “Aqui não chegou a faltar. Mas o movimento foi tão grande, maior até mesmo que o de uma véspera de feriado prolongado, que pensamos que terminaria. Mas não. Agora, esperamos que a entrega se normalize e esperamos mais caminhões para domingo.”

Via-sacra Motoristas da Região Metropolitana de BH foram conduzidos, na manhã de ontem, a uma verdadeira via sacra pelos postos de combustíveis. O jeito foi bater de porta em porta, ou de “bomba em bomba”, contou Jardini Nazaré, morador de São José da Lapa, a 28 quilômetros da capital. “Este é o quinto posto aonde vou. Se não tiver gasolina, terei de encostar o carro e ficar por aqui mesmo, pois o tanque está na reserva”, afirmou Jardini, ao parar num posto da Avenida Bias, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de BH.

O magistrado aposentado Paulo Mendes, morador do Bairro Santa Efigênia, foi a dois postos até chegar, com alguma esperança de conseguir abastecer, ao Posto Duas Pátrias, na esquina das ruas Piauí e Álvares Maciel. “O tanque está com um pouco ainda, dá para rodar”, afirmou Mendes.

No mesmo posto, o taxista Heli Epifânio, há 29 anos no ofício, também lamentava a situação. “Abasteço sempre aqui, mas hoje está difícil. Vou ver o que consigo, do contrário, volto para casa”, disse. No posto, só havia, na manhã de sábado, óleo diesel, explicou o gerente Jefferson Vieira de Souza, que pôs dois cones numa das entradas do posto para sinalizar que gasolina e etanos estavam em falta.

GREVE
Os tanqueiros pararam, de acordo com o Sindicato dos Transportadoras de Combustível e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), em protesto contra a carga elevada de impostos sobre os combustíveis. Essa despesa pesa no custo do transporte de carga em geral, e ,de acordo com o sindicato, toda a categoria aderiu à paralisação, que afeta também os aeroportos.


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