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Estado de Minas

Cemig vai fazer oferta por usinas que vão a leilão

De acordo com a companhia o Planalto concordou com a compra, mas ainda estão em curso negociações sobre a forma de pagamento, já que a estatal não tem recursos para arcar com o pagamento


postado em 18/08/2017 19:53 / atualizado em 18/08/2017 20:27

Pimentel ao lado de trabalhadores e parlamentares durante ato na Usina de Miranda(foto: Gil Leonardi/Agência Minas)
Pimentel ao lado de trabalhadores e parlamentares durante ato na Usina de Miranda (foto: Gil Leonardi/Agência Minas)
Para evitar a perda das usinas de Miranda, São Simão, Volta Grande e Jaguara, que a União pretende leiloar, o governo do estado vai comprá-las. O anúncio foi feito hoje pelo presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Bernardo Alvarenga, durante ato contra o leilão, previsto para acontecer no dia 27 de setembro, realizado hoje, em na Usina de Miranda, localizada em Indianápolis, no Triângulo Mineiro, com a presença do governador Fernando Pimentel, de parlamentares e representantes dos movimentos sociais.

O presidente da Cemig disse que esteve anteontem tratando desse assunto no Ministério do Planejamento e garantiu que a proposta de compra pela estatal de energia foi aceita pelo Planalto. Bernardo disse que a estatal está em busca de empréstimos ou parceiros para arrematar as usinas.

O problema é a dívida da empresa calculada em cerca de R$ 12,5 bilhões, metade dela prevista para vencer em 2018. O governo federal quer R$ 11 bilhões pelas usinas. Para Bernardo é “injustiça” a empresa ter que pagar por usinas que, segundo ele, são suas. “É uma injustiça de todo tamanho.

A Cemig está comprando aquilo que é dela", afirmou. As 3 usinas foram construídas na década de 90 e são até hoje e operadas pela Cemig. O custo dessa compra, segundo ele, vai ser repassado para o consumidor, por meio de um aumento entre entre 3% e 4% da tarifa. Ele disse ainda que estão em curso negociações com o governo federal para definir a forma como esse pagamento vai ser feito, já que a companhia não esse dinheiro. O prazo para o pagamento do valor da compra vence em 10 de novembro.

“Minas está sendo vítima de uma ameaça sem igual. O sequestro de seus recursos para beneficiar o poder central. Fizeram todas as articulações com único intuito de tirar da Cemig as suas usinas hidrelétricas. O governo federal por interpretação questionada tenta por todos os meios tirar da Cemig um direito claro e cristalino de ter a concessão dessas usinas estendido por mais 20 anos”, reclamou o presidente da estatal que esteve ontem em Miranda ao lado do governador, deputados e representantes de movimentos sociais.

As concessões dessas unidades estão sob litígio na Justiça, mas o governo teme perder a batalha e por isso decidiu comprar as usinas, que respondem por 50% da geração de energia da estatal mineira.

Ontem, o estado lançou um movimento para fazer frente a essa venda. Durante o ato Pimentel defendeu a renovação dos atuais contratos e destacou a importância da manutenção das concessões para o estado e para a garantia dos serviços de qualidade.

“Não mexam conosco. O que nós queremos é o nosso direito de manter o que já é nosso: as usinas. O governo federal quer receber. Tudo bem, nós podemos negociar. Nós estamos conversando. Os deputados estão ajudando, a bancada estadual, a federal, o presidente da Cemig. Nós estamos dispostos a arranjar uma solução negociada. O que nós não queremos é que venham, na mão grande, botar nossas usinas no leilão para o estrangeiro comprar e depois vender energia cara para os mineiros e mineiras. Isso nós não vamos aceitar”, disse o governador.

Durante o ato, ao governo lançou uma carta contra o leilão que já conta com o apoio de todos os deputados das bancadas estadual e federal mineira, incluindo os da oposição a Pimentel, e de 497 dos 853 prefeitos do estado.

Para o presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, o movimento para impedir a venda das usinas tem como objetivo combater uma injustiça para que “não seja imposta uma sangria” poucas vezes vista na história mineira e do país.

“Fizeram todas as articulações, usaram todas as artimanhas, forjaram todas as justificativas, interpretaram leis, regulamentações e contratos a seu bel prazer com um único intuito: tirar da Cemig a concessão de três das maiores usinas hidrelétricas que nossa empresa, símbolo de Minas e do setor elétrico nacional, construiu, opera e mantém com reconhecida competência”, afirmou o presidente da Cemig.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindeletro), Jefferson Leandro Silva, disse que a venda vai trazer prejuízos para a população e disse que os movimentos sociais vão resistir. “Precisamos lutar contra a venda dessas usinas e contra a reforma do setor elétrico que está colocada. As mudanças vão dar ainda mais prejuízos aos consumidores de energia elétrica”, alertou.Ele disse que os mineiros já resistiram a outras tentativas de privatização da Cemig e que dessa vez não vai ser diferente.

(foto: Gil Leonardi/Agência Minas)
(foto: Gil Leonardi/Agência Minas)


Entenda a polêmica


O estado contesta na Justiça a decisão do governo federal de colocar a venda essas usinas e alega quebra de contrato por parte da União, já que o acordo de concessão previa a renovação por mais vinte anos, depois de vencidas as duas primeiras décadas de operação. O governo federal pretende obter cerca de R$ 11 bilhões com essa venda, recursos que serão usados para cobrir o rombo das contas públicas.

O estado alega também que,  além da quebra de contrato, o leilão vai trazer prejuízos para o consumidor mineiro, pois pelas regras do leilão , as distribuidoras da Cemig serão obrigadas a contratar 70 % da energia gerada por essas usinas, cujo preço é tabelado por valores mais baixos do que os praticados pelo mercado livre.


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