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Estado de Minas

Conquista da autonomia muda tudo no grupo Mulheres do Cerrado


postado em 29/08/2016 00:12 / atualizado em 29/08/2016 08:41

Montes Claros/São João da Ponte – “As mulheres viviam em extrema dificuldade, na dependência da ajuda do governo. Faltava dinheiro para tudo. Aí, a gente decidiu buscar autonomia e sustentabilidade”, descreve Vilma Santos, uma das fundadoras do grupo Mulheres do Cerrado, criado há 25 anos na comunidade rural de Bom Jardim (município de São João da Ponte), que hoje reúne 30 componentes de Montes Claros e de 11 pequenos municípios do Norte de Minas. Elas superam as adversidades impostas pelo clima seco, com a retirada do sustento e a geração de renda a partir do aproveitamento de produtos do extrativismo do cerrado, como mel, castanha de baru e plantas medicinais. Desenvolvem ainda a produção orgânica (milho, feijão e hortaliças) consorciada com a criação de pequenos animais (galinhas, codornas, porcos e cabras).


O grupo acaba de conseguir sua regulamentação como cooperativa agroextrativista. Com a conquista, a marca registrada Mulheres do Cerrado está estampada na embalagem de produtos, como a granola, a polpa de pequi, a rapadura, polpa de frutas e ervas medicinais. Além da presença em feiras e da venda direta ao consumidor, elas contribuem com a merenda escolar de algumas escolas.


“Muitas mulheres aprenderam a usar plantas medicinais diante da dificuldade de comprar remédio. Mas faltava dinheiro para outras coisas. Hoje, conseguimos produzir o que comemos e ainda fornecemos produtos de qualidade para outras pessoas”, diz Vilma, ressaltando que as Mulheres do Cerrado se organizaram com a ajuda da Pastoral da Criança, instituição da Igreja católica que combate a desnutrição e a mortalidade infantil em comunidades carentes e orienta a implantação de projetos de geração de emprego e renda como estratégia para a melhoria de vida das famílias. O grupo também cuida da conservação ambiental. “Entendemos que precisamos valorizar os bens materiais, mas sem esquecer o compromisso com a sustentabilidade da vida no planeta”, salienta.

COOPERATIVA

Assim como outras companheiras, Vilma plantava feijão em Bom Jardim. Decidiu fundar o grupo, que inicialmente contava com seis participantes. Com o auxílio e a articulação de entidades ligadas aos movimentos sociais, a iniciativa cooperativista foi divulgada e ganhou a adesão de pequenas produtoras de outros municípios.


Atualmente, a iniciativa conta com mulheres dos municípios de Montes Claros, São Joao da Ponte, Varzelândia, Claro dos Poções, Jequitaí, Japonvar, Mirabela, Francisco Sá, São Francisco, Grão Mogol, Coração de Jesus e Bocaiúva.


A pequena agricultora Ivanilde das Graças Santos Cardoso, hoje, leva uma vida confortável. Conseguiu comprar um carro e implementos para melhoria da produção.


 “Se não fosse esse projeto, a gente não poderia trabalhar e não teria renda”, afirma ela, que planta hortaliças e culturas como o girassol e o gergelim, produto usado para a produção de granola. Ivanilde colhe, ainda, frutos de espécies nativas como jatobá e coquinho azedo. Além disso, aproveita plantas medicinais do cerrado como angico, emburança e mulungu.


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