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Estado de Minas

Consórcio: especialistas alertam para riscos em meio ao desemprego e inflação

Entretanto, comparação com financiamento é sempre pertinente. Veja o que considerar


postado em 07/08/2016 06:00 / atualizado em 07/08/2016 08:13

Para veículos, é essencial comparar regras de sorteio e financiamento(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Para veículos, é essencial comparar regras de sorteio e financiamento (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Brasília –Todo cuidado é pouco para o consumidor que pensa em assumir compromisso de longo prazo no cenário complexo da economia brasileira. A lógica não é diferente em relação aos planos de consórcio. Por mais atrativo que seja concorrer a um sorteio de veículo, imóvel, eletrodoméstico e até de serviços, e ser premiado antes do fim do contrato – que pode durar até seis anos, se o objeto for um automóvel – é imprescindível avaliar as condições do orçamento e colocar os gastos com as mensalidades na ponta do lápis. Seja em casos de exclusão por motivo de inadimplência, seja por cancelamento, os valores pagos só serão restituídos ao término do grupo ou no momento em que o consorciado for contemplado.


A comparação entre financiamento e consórcio é sempre pertinente. Levando-se em consideração toda a análise financeira, o consórcio pode ser até opção melhor, pondera o diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. “É mais barato que o financiamento, até porque os juros são altos. Entretanto, o consumidor tem que saber que pode levar tempo até que seja sorteado”, alerta. No consórcio, é cobrada uma taxa de administração média de 16% durante a vigência do contrato.


O cenário econômico, no entanto, é preocupante, ressalta Ribeiro. “O desemprego subiu e a inflação continua alta. No atual ambiente, o consorciado corre o risco de não dar sequência ao plano. Se ele realmente tiver uma situação profissional que garanta estabilidade, em caso do serviço público, ou sinta segurança para se manter no emprego, o consórcio pode ser a melhor alternativa por ser mais barato”, avalia. A análise, entretanto, não é consensual entre especialistas.


Na opinião do presidente da Associação Nacional de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, o consórcio é uma boa forma de comprar um bem ou usufruir de serviços, mas para pessoas que não têm disciplina e organização financeira. “O grupo nada mais é do que maneira de terceirizar a administração do dinheiro. A administradora recebe as prestações e gerencia o dinheiro dos integrantes do grupo, mas, em contrapartida, cobra as taxas de administração”, destaca.


O presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), Alexandre Luiz dos Santos, discorda de que o consórcio se aplique a quem não tenha disciplina financeira. “É quem não tem disciplina para fazer uma poupança. O consórcio ajuda. É assegurar que não haja falta de foco. Uma hora ou outra o consumidor terá o bem”, diz. Ele reforça que as prestações de um consórcio são acessíveis e não incidem juros, sendo um bom ativo. “O consórcio não é uma dívida, e, sim, um investimento”, pontua.


Quem acaba desistindo do consórcio no meio do caminho também está sujeito a enfrentar problemas. A devolução do dinheiro pago pode demorar ou ocorrer quando o prazo do grupo chegar ao fim. É possível amenizar as dores de cabeça no mercado de consórcios. E o caminho para isso é até simples, segundo Rosemira Azeredo, especialista em consórcio do escritório Nelson Williams Advogados Associados. “É fundamental ler as regras presentes nos contratos e verificar o número de reclamações que a admnistradora tem no Banco Central (BC), órgão responsável pelo controle do mercado”, recomenda. A advogada ainda aconselha os consumidores a registrarem reclamações no site da autoridade monetária.


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