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Estado de Minas

Tombini: É possível que tenhamos que conviver com volatilidade


postado em 22/05/2015 15:07

Rio de Janeiro, 22 - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o processo de alta de juros pelo Federal Reserve é provavelmente o evento de política monetária mais esperado, anunciado e preparado da história. "Apesar nesta sexta-feira, 22, do cuidado do Fed com a comunicação desse importante evento, não há como se ter certeza sobre a reação efetiva dos mercados ao fato em si, quando ocorrer.", destacou. "Por isso, é possível que tenhamos de conviver com alguma volatilidade por algum tempo", afirmou o presidente do Banco Central.

"No Brasil, temos que estar com a nossa economia em ordem e estabilizada para esse momento, usando a receita padrão: reforçar o arcabouço de política econômica e manter fundamentos macroeconômicos sólidos", disse Tombini. "Essa é a lição que aprendemos para evitar que o risco de uma reprecificação abrupta de nossos ativos traga consequências negativas e duradouras para o futuro crescimento do nosso País."

Segundo Tombini, o movimento que tem chamado atenção no bojo da gradual recuperação da economia americana é a tendência ao fortalecimento do dólar norte-americano, relativamente a várias moedas, portanto, uma tendência global com implicações inclusive para os Estados Unidos. Para o presidente do BC, como parte do crescimento daquele país depende da economia mundial, uma valorização excessiva da sua moeda pode afetar o seu ímpeto de sua expansão. "É preciso reconhecer, entretanto, que o processo de normalização nos Estados Unidos é complexo", disse no encerramento do XVII Seminário de Metas para a Inflação.

Tombini apontou também que no contexto de recuperação gradual, os Estados Unidos voltaram à posição de principal motor da atividade econômica global. O consumo naquele país tem se expandido e registrou em 2014 a maior contribuição ao produto interno bruto dos últimos anos, lembrou.

Para ele, o desempenho mais fraco nos EUA do consumo no primeiro trimestre deste ano não parece representar uma inflexão nessa tendência de expansão, parecendo estar mais relacionado aos efeitos adversos decorrentes do inverno rigoroso.

O mercado de trabalho continua a avançar nos EUA. Os pedidos de seguro desemprego, por exemplo, alcançaram os menores níveis desde abril de 2000. A inflação continua comportada, ligeiramente abaixo da meta informal. "Todo esse ambiente, na nossa visão, suporta a possibilidade de uma eventual elevação dos juros básicos pelo Federal Reserve. Essa elevação já vem sendo preparada e sinalizada há bastante tempo e pode ocorrer ainda este ano."

Swap

Tombini afirmou que o programa de swap cambial adotado pelo governo foi eficiente e ajudou à preservação da estabilidade do sistema financeiro do País. "Esse programa, com regras claras e estáveis, cumpriu bem o seu papel e contribuiu para a manutenção de nossa estabilidade financeira", disse.

Tombini destacou que as economias emergentes em geral têm apresentado certa perda de dinamismo. Há vários fatores que explicam essa tendência, como os efeitos do processo de normalização das condições monetárias, em particular, nos Estados Unidos, que teve início em 2013, e as perdas ocorridas de receitas com a queda dos preços das commodities.

"No Brasil, pressentindo os riscos que esse momento poderia trazer à estabilidade financeira, nos preparamos oferecendo instrumentos de proteção contra risco cambial de forma a atender satisfatoriamente a demanda existente", disse o presidente do BC.

Para Tombini, como a economia global está em recuperação, embora desigual, reflete-se nas diferentes condutas de administração de política monetária por diversos bancos centrais pelo mundo.


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