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Estado de Minas

Cinco frigoríficos mineiros entram na disputa para vender para China

Risco de desabastecimento é descartado, diante da retração no mercado interno


postado em 21/05/2015 06:00 / atualizado em 21/05/2015 07:33

O apetite dos chineses pela carne bovina poderá ser parcialmente saciado pelos mineiros. Cinco frigoríficos do estado serão auditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no próximo mês, com o objetivo de verificar se cumprem as exigências e podem vender para a China. Na terça-feira, durante a assinatura de acordos comerciais que deverão movimentar mais de US$ 53 bilhões (cerca de R$ 161 bilhões) em negócios entre o Brasil e o país asiático, a presidente da República, Dilma Rousseff, disse que oito frigoríficos já seriam habilitados à venda para os chineses imediatamente e que outros nove estariam à espera de autorização. Os mineiros entrariam nessa disputa pela aprovação.


De acordo com o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho, o interesse pela carne de Minas demonstra a importância do estado na produção nacional. Ele lembra que o segundo maior rebanho do país é o mineiro, com 24 milhões de cabeças de gado. E quase 10% dos abates nacionais sob inspeção são feitos no estado. O secretário, no entanto, não adianta quais são os frigoríficos na mira dos chineses.

Para o presidente da Associação de Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig), Sílvio Silveira, alguns candidatos em potencial seriam: as plantas do JBS de Ituiutaba e Iturama (Triângulo Mineiro), o Mataboi de Araguari (também no Triângulo e adquirido em dezembro pela JBJ Agropecuária no fim de 2014) e o Maxi Beef de Carlos Chagas (Vale do Jequitinhonha/Mucuri). “São exportadores, mas não dá para afirmar que serão eles”, afirma. Em sua opinião, é importante que o estado, que tem mais de 60 frigoríficos, entre na disputa pela clientela chinesa: “O mercado interno está ruim. Temos que apostar nas exportações”. Ele, que também é proprietário do Serradão, de Betim, na Grande BH, diz que as vendas caíram de 30% a 40% entre janeiro e este mês. “O povo está sem dinheiro e para de comprar carne.”

O preço da arroba do boi no estado tem variado de R$ 130 a R$ 140. Silveira explica que neste mesmo período do ano passado a arroba era cotada entre R$ 100 e R$ 110. “Melhorou o preço, mas foi um ajuste, porque o mercado ficou parado por anos. Não acredito que vá faltar carne para o mercado interno”, afirma. A coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso, também não acredita em risco de desabastecimento. Para ela, a abertura do mercado de carnes para a China “tem grande potencial”. Ela observa que os chineses compram 1,5 milhão de tonelada de carne bovina por ano e pretendem chegar a 5 milhões de toneladas em 10 anos. Para se ter ideia, de janeiro a abril, o Brasil exportou 413,33 toneladas.

Os criadores de gado estão apreensivos. O pecuarista Pedro Pieroni, da Fazenda Coqueiros, em Formiga, no Centro-Oeste do estado, tem boa expectativa. “Mas, se fosse pra agora, a gente não ia ter boi para entregar”, observa. Em sua opinião, será necessário estímulo para a produção de matrizes e expansão da pecuária: “Tem que ter motivação para não faltar carne”. O pecuarista lembra que são necessários cerca de 22 meses para um boi passar das 20 arrobas e ficar pronto para o abate.


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