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Estado de Minas

Nokia e Alcatel-Lucent anunciam acordo que cria nova gigante das telecomunicações


postado em 15/04/2015 16:41

A fabricante finlandesa de equipamentos de telecomunicações Nokia irá se fundir com a franco-americana Alcatel-Lucent como parte de uma negócio que visa criar grande companhia europeia, capaz de competir com a gigante sueca Ericsson e a concorrência chinesa.

A operação, formalizada nesta quarta-feira 24 horas após o anúncio das negociações para uma fusão, deve dar à luz a um gigante, com volume de negócios de cerca de 27 bilhões de euros apenas em infraestrutura.

O acordo permitirá à Nokia - reorientada para esta área desde a venda em abril de 2014 de seus telefones e tablets para a norte-americana Microsoft - crescer em relação à Ericsson, sua grande rival sueca, e à chinesa Huawei, que busca entrar no Ocidente.

O acordo entre as duas ex-estrelas das novas tecnologias dissipou a ilusão de um casamento entre iguais, dedicando a absorção da Alcatel. A antiga líder industrial francesa vinha sofrendo duros golpes há anos, em virtude do fracasso da sua união com a americana Lucent.

A operação será exercida no contexto de uma oferta pública de permuta de ações no primeiro semestre de 2016, valorizando a Alcatel-Lucent em 15,6 bilhões de euros. No final, os acionistas da Nokia serão donos de dois terços do capital. O novo grupo leva o nome de Nokia Corporation, terá sede na Finlândia e será dirigido pelos atuais proprietários da empresa nórdica: Risto Siilasma, na presidência do conselho de administração, e Rajeev Suri, na direção-geral.

Representantes da Alcatel-Lucent terão três assentos de nove e dez no Conselho de Administração, incluindo o cargo de vice-presidente. As discussões sobre uma possível fusão começaram em 2013, informou Suri nesta quarta-feira.

A operação fez com que as ações da Nokia subissem em Helsinque, mas foi muito mal recebida na Bolsa de Paris, onde os títulos da Alcatel-Lucent caíram mais de 15%. Diversas contrapartidas concedidas pelo comprador finlandês permitiram garantir a aprovação do governo socialista francês para o negócio. O caso foi seguido de perto em Paris, onde o presidente François Hollande recebeu na última terça-feira os líderes de ambos os grupos.

Rompendo com o "patriotismo econômico" professado por seu antecessor Arnaud Montebourg, o ministro da Economia francês, Emmanuel Macron, frisou após a reunião que a fusão não criaria "qualquer destruição de postos de trabalho na França".

'A França não perde a Alcatel'

"Tivemos todos os compromissos por parte da Nokia", disse Macron, elogiando o nascimento de "um grande campeão europeu, tanto de equipamentos quanto de tecnologia móvel e fixa". "Isso é o oposto de um enfraquecimento industrial da França", disse nesta quarta-feira o porta-voz do executivo, Stéphane Le Foll, argumentando que "o objetivo do governo é manter a emprego e a pesquisa científica na França".

"A França não perde a Alcatel (...) Se não houvesse essa união, talvez um dia a Alcatel não tivesse mais tamanho para enfrentar o mercado internacional", acrescentou outro funcionário do governo socialista, o secretário de Estado Jean-Marie Le Guen.

O CEO da Alcatel-Lucent, Michel Combes, disse que estava "convencido" do "interesse estratégico deste projeto". A Nokia Corporation quer fazer uma economia de 900 milhões de euros até 2019, sem retirar empregos adicionais no final da reestruturação do grupo francês.

A Alcatel-Lucent tinha planejado 10.000 cortes de empregos entre 2013-2015, incluindo 600 na França. O grupo tem atualmente 53.000 funcionários no mundo todo, incluindo 8.000 na França, enquanto a Nokia emprega 61.650 pessoas. Segundo Combes, a Nokia irá contratar "500 pesquisadores a mais" na França para "investir no 5G", a nova geração de telefonia. "Esta é a primeira vez que a Alcatel-Lucent volta a contratar no setor de pesquisa e desenvolvimento na França", insistiu.

A Alcatel sofreu duros golpes após sua fusão mal-sucedida com a Lucent em 2006, que desde então tem resultado em perdas, com exceção de 2011. Sua absorção pela Nokia expande a lista de grupos franceses que passaram para controle estrangeiro nos últimos anos, como o Club Med, emblema do turismo francês que se tornou chinês, ou a Alstom industrial, que vendeu suas operações de energia para a americana General Electric.


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