Sem perspectivas de reação no mercado, a Volkswagen vai colocar 250 funcionários da fábrica de Taubaté (SP) em lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) por cinco meses a partir do dia 17 e dará férias coletivas a todos os trabalhadores por 20 dias a partir do dia 30. A fábrica emprega 5 mil pessoas.
Na quarta-feira, trabalhadores dos turnos da tarde e da noite foram dispensados porque faltam bancos para a produção. O mesmo ocorreu na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que mantém hoje a dispensa do pessoal do turno da manhã. Segundo fontes do mercado, a fabricante de bancos Johnson Controls teve problemas com a entrega de matéria-prima.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, dos 250 operários que ficarão em lay-off, 210 retornam de férias coletivas no dia 16. Eles estavam no grupo de trabalhadores do terceiro turno que foi suspenso no mês passado.
Segundo a entidade, a empresa alega necessidade de adequar a produção à demanda. A Volkswagen não comentou o assunto. A planta de Taubaté produz os modelos up!, Voyage e Gol.
No primeiro bimestre, a produção total de veículos caiu 22% (para 404,9 mil unidades), enquanto as vendas registraram queda de 23,1% (439,7 mil unidades). Só nos dois primeiros meses do ano foram fechadas 2,2 mil vagas nas montadoras. O setor emprega hoje 142,3 mil pessoas, o menor contingente desde maio de 2011.
Fábricas e concessionárias encerraram fevereiro com 329 mil veículos em estoque, suficientes para 50 dias de vendas. O normal é de 25 a 30 dias. Outras empresas com trabalhadores em lay-off são Mercedes-Benz, General Motors e Ford. Também há montadoras com parte dos trabalhadores em férias coletivas ou banco de horas, além de programas de demissão voluntária (PDVs).
Em nota, a Johnson Controls informou que "atualmente não fornece para a fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo qualquer tipo de bancos para veículos automotores, ou seja, não temos qualquer responsabilidade acerca da paralisação da fábrica da referida montadora de veículos; tal fato, aliás, pode e deve ser verificado junto à própria montadora, medida esta que se mostra absolutamente necessária para que sejam evitados transtornos de ordem financeira e de reputação desta indústria, empresa absolutamente cumpridora de suas obrigações contratuais e legais e que não possui quaisquer “problemas de abastecimento de matéria-prima”.
A Johnson Controls esclareceu ainda que "a empresa atualmente não possui qualquer atraso no fornecimento de qualquer matéria-prima e/ou bancos para veículos para a fábrica da Volkswagen de Taubaté, fato este que também é o suficiente para comprovar que não temos qualquer tipo de responsabilidade acerca da paralisação de tal unidade fabril".