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Estado de Minas BEBIDA FEITA DE PLANTA POPULAR

Catuaba concorre com a cerveja, garantindo lucro dos ambulantes, como moda na folia de BH

O consumidor pode pagar R$ 5 pelo copo, preço similar ao da cerveja. Se optar pelo litro, terá de desembolsar de R$ 15 a R$ 20


postado em 15/02/2015 00:12 / atualizado em 15/02/2015 07:49

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Com fama de afrodisíaco de eficácia comprovada, a catuaba, uma das plantas medicinais mais conhecidas, vem ganhando adeptos nas festas populares. A bebida se tornou a vedete do carnaval de Belo Horizonte em 2014 e promete manter o posto neste ano, competindo com a cerveja nos desfiles de alguns blocos. Garrafas de várias marcas circulam nos isopores dos vendedores ambulantes e até mesmo nas festas fechadas. Além da propriedade de estimulante sexual, a bebida atrai em razão do baixo custo. O consumidor pode pagar R$ 5 pelo copo, preço similar ao da cerveja. Se optar pelo litro, terá de desembolsar de R$ 15 a R$ 20. O sabor é adocicado e entorpece rápido, já que o teor alcoólico é de 16%, semelhante ao do vinho tinto.

O lucro que conseguimos apurar na venda da catuaba é muito bom. Às vezes dá para faturar o dobro ou mais na garrafa, dependendo de como ela é vendida”, afirma o vendedor ambulante Marcos Antônio Passos, de 53 anos, que está trabalhando na folia deste ano em BH. Nunca se consumiu tanto a bebida, segundo atacadistas e distribuidores da capital mineira ouvidos pelo Estado de Minas. As vendas da catuaba durante a festa do rei Momo crescem entre 30% e 50% no varejo, no comércio atacadista e em distribuidoras.

No Grupo Super Nosso, apenas no período de carnaval são vendidas cerca de 1 mil caixas de Catuaba Selvagem (12 mil litros), fabricada pela Arbor Brasil, carro-chefe do segmento, e outras 500 da bebida de outras marcas (3 mil litros), informou o gerente comercial da empresa, Wendel Máximo. “Temos um incremento de 27% a 30% nesse período atípico. É um fenômeno que ocorre há cerca de três anos e acreditamos que esteja associado aos baixos preços, além da fama de ser afrodisíaco”, afirma o executivo. Na Distribuidora Limão, no Bairro Serra, as vendas que no mês chegam a cinco caixas, passam para 50 caixas no carnaval.

“A catuaba virou moda entre os jovens. Tenho mais de 600 garrafas em estoque, mas se precisar ainda consigo mais. A expectativa é vender tudo como ocorreu no ano passado”, afirma Rodrigo Limão, dono da empresa. Entre os ambulantes, a catuaba também virou a queridinha, já que chega a garantir lucro de 500% quando é vendida fracionada. Alguns vendedores fizeram seu estoque com 50 caixas (600 litros), aguardando o sucesso das vendas, como no carnaval de 2014. “Compramos a garrafa a R$ 8 e vendemos a R$ 15. O lucro é muito melhor do que o da cerveja, que não passa de 20%”, afirma o ambulante David das Dores Tourinho.

Outro ambulante que reforçou o estoque é Marcos Antônio Passos. Ele reservou 10 caixas da bebida, que será vendida nos quatro dias de carnaval. Os jovens preferem a catuaba porque ela deixa o folião de fogo mais rápido que a cerveja e custa menos”, afirma. Marcos vendeu 20 garrafas na quarta-feira enquanto o bloco Chama o Síndico se concentrava na Praça da Liberdade.

Concordam com ele os estudantes Julius Carvalho, de 23, e Gustavo Henrique, de 22. Julius e o amigo costumam beber duas garrafas, cada um, gastando, juntos, cerca de R$ 60. “Se bebêssemos cerveja gastaríamos no mínimo R$ 70”, afirma Julius. A composição básica da bebida varia dependendo da marca. A Catuaba Selvagem, mais conhecida e considerada top de linha, é feita com vinho, fermentado de maçã e extratos de catuaba, guaraná e marapuama. Outras marcas são feitas à base de cana-de-açúcar.

Segundo o diretor-executivo da indústria Arbor Brasil, fabricante da Catuaba Selvagem, Mozart Rodrigues, as vendas em Minas Gerais representam, hoje, 30% do volume total comercializado no país, só perdendo para as de São Paulo. No ano passado, a empresa comercializou 15,6 milhões de garrafas de 1 litro no Brasil. “As vendas quase dobraram nos últimos cinco anos, com um público mais dinâmico que se somou ao consumidor antes tradicional, agora formado por universitários e atravessando classes sociais”, afirma.

Além de ser consumida pura, a catuaba vem ganhando espaço também na forma de drinques criados pelos próprios consumidores. Em BH, um dos prestigiados drinques é o catuçaí, mistura de catuaba com açaí, que recebeu o apelido de bebida do amor. O inventor da mistura, Bruno Coelho, investiu cerca de R$ 1,4 mil em dois carrinhos que anunciam a bebida e espera vender cerca de 500 litros durante o carnaval. O copo da bebida custa R$ 5 e o inventor garante que é viciante. “É difícil a pessoa beber o primeiro copo, mas depois que começa ela não quer mais parar. Vendo mais de 300 copos numa noite”, diz.


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