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Estado de Minas

Petrobras quer garantia de reajustes

Ações da estatal dispararam depois de anúncio de método que prevê aumentos automáticos nos preços da gasolina


postado em 29/10/2013 06:00 / atualizado em 29/10/2013 07:22

Ainda não é certo que as altas chegarão aos postos até o fim deste ano, mas possibilidade de compensação das perdas animou investidores(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 22/5/13)
Ainda não é certo que as altas chegarão aos postos até o fim deste ano, mas possibilidade de compensação das perdas animou investidores (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 22/5/13)

Mesmo sem uma garantia de reajuste dos preços dos combustíveis este ano para estancar a sangria do seu caixa, afetado pela política de combate à inflação, a diretoria da Petrobras conseguiu dobrar o pessimismo de investidores, ao propor ao seu controlador, a União, nova metodologia de preços. À espera do sinal verde do conselho de administração, o cálculo não ajustará tabelas tão cedo, mas dará previsibilidade de receitas, explicou o diretor financeiro Almir Barbassa, informando que a companhia já iniciou simulações. “Será um ajuste periódico e automático, sem precisar voltar à diretoria para ser aprovado”, acrescentou.

A simples notícia da proposta levou as ações da estatal a disparar logo na abertura dos negócios de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), alcançando rapidamente 8% de alta, mesmo após a divulgação de um resultado trimestral frustrante. No fim do dia, os papéis preferenciais (PN) subiram 7,57% e os ordinários, 9,82%. O resultado puxou o índice geral da Bovespa, que encerrou em alta de 1,7%, aos 55.073,37 pontos. Para analistas, um gatilho de reajustes descolaria a empresa do risco político.

Segundo Barbassa, a nova metodologia seria uma exigência da elevação do nível de endividamento da Petrobras em relação ao patrimônio líquido, que chegou a 36% no terceiro trimestre. “Já ultrapassamos o nível compatível com nosso plano de investimentos (35%)”, disse. “O conselho pediu avaliações adicionais sobre essa metodologia, que reúne vários parâmetros importantes”, lembrou. Entre os itens que podem ser considerados estão oscilações a cada espaço de tempo.

RECEITA NOVA
Na sexta-feira, logo após a divulgação do resultado trimestral, o comando da Petrobras apresentou aos sócios nova fórmula para alinhar os preços internos do diesel e da gasolina em relação ao mercado internacional, visando dar previsibilidade às suas receitas. Atualmente, só querosene de aviação (QAV) e nafta têm paridade com preços externos. O conselho de administração, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem até 22 de novembro para analisar e se posicionar sobre a proposta.

A expectativa é de que a reunião marcada para essa data confirme o pleito. Mas também não está descartado um encontro antecipado, em caráter extraordinário. Em comunicado, a presidente da estatal, Graça Foster, lembrou que os quatro reajustes do diesel e dois da gasolina realizados nos últimos 16 meses, somando 21,9% e 14,9%, respectivamente, foram parcialmente anulados pela alta do dólar a partir de maio, chegando a 22%. Segundo ela, a gasolina está defasada em 6,5% e o diesel, em 19%.

A Petrobras encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,39 bilhões, um recuo de 39% sobre o lucro de R$ 5,57 bilhões em igual período de 2012. Em relação ao segundo trimestre, o tombo foi maior: 45,3%. Graça atribuiu a piora do resultado justamente ao avanço da defasagem de preços.

Enquanto isso...

...caixa pertado

Cálculos da consultoria Economática divulgados ontem estimam que o caixa da Petrobras fechou o terceiro trimestre em R$ 57,89 bilhões, valor muito próximo ao apurado no último trimestre de 2010, de R$ 56,34 bilhões. Além dos pesados compromissos mensais exigidos pelo seu plano de negócios, a estatal terá de desembolsar R$ 6 bilhões no fim de novembro, referentes à sua parte no bônus de assinatura pelo leilão de Libra, cerca de 10% do caixa.


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