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Estado de Minas

Hotel envolvido em esquema de sonegação faz parte da massa falida da Casa do Rádio


postado em 16/10/2013 07:32 / atualizado em 16/10/2013 08:16

O empresário Jairo Rodrigues (C) foi preso ontem, acusado de criar hotéis em nome de laranjas e arquitetar fraude (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O empresário Jairo Rodrigues (C) foi preso ontem, acusado de criar hotéis em nome de laranjas e arquitetar fraude (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

O imbróglio relacionado ao Minas Sol Hotel ultrapassa os limites das fraudes tributárias. O hotel de 86 apartamentos faz parte da massa falida da Casa do Rádio Administradora de Consórcio Ltda.. O promotor Glauber Tatabiga explica que as dívidas da antiga rede de varejo podem explicar as transferências de valores para empresas em nome de laranjas. “Os valores poderiam ser bloqueados na Justiça por credores da Casa do Rádio”, afirma.

O Ministério Público pediu a indisponibilidade de todos os bens de Jairo Rodrigues e do gerente Wallyson Scalioni Salles. A medida visa a permitir que os pertences cubram o rombo dos cofres municipais. Dez veículos estão na lista. Três deles pertencem à Igreja Batista Renovo; três à W2 Serviço e Administração de Engenharia e quatro a Wallyson.

O problema, segundo o Ministério Público, é que muitos deles podem já ter sido confiscados em outras ações relacionadas à Casa do Rádio. Jairo e Wallysaon foram denunciados pelo MPF em virtude de administração fraudulenta da rede de varejo e muitos bens podem servir para cobrir os prejuízos.

Conhecida pelo slogan “O gigante dos preços baixos”, a Casa do Rádio quebrou deixando um rombo de R$ 80 milhões na Receita Estadual. “Todos os credores vão se habilitar. Quando se inicia a cobrança, eles já se desfizeram de parte dos bens. É um trabalho delicado”, diz o gerente de Tributos Imobiliários da Prefeitura de Belo Horizonte, Eugênio Veloso.

O Minas Sol Hotel está localizado em frente à última loja da Casa do Rádio. Fundada em 1936, por longo período, a empresa foi a principal rede de varejo de Minas. No auge, eram 54 lojas e mais de 700 funcionários. Nos anos 1990, a companhia foi negociada com a Casas Bahia, mas em 2004 teve a falência decretada.

LEILÃO
O Minas Sol Hotel foi arrematado pelo ex-governador de Minas e empresário Newton Cardoso, em 2010. Procurado pela reportagem, ele afirmou que até hoje não conseguiu tomar posse devido a problemas jurídicos. Segundo Newton Cardoso, foram pagos R$ 8 milhões pelo empreendimento de olho na demanda da Copa’2014. O valor, depositado à vista, significou 3,6% de ágio sobre o valor estipulado pela Justiça. À época, o ex-governador pretendia investir pesado no ramo da hotelaria para o Mundial. Mas, de acordo com ele, o processo judicial dificultou suas pretensões.

ENTENDA O ESQUEMA

1 - Os empresários constituíam hotéis fantasmas para absorver parte da receita do Minas Sol Hotel

2- Ao serem pagas as diárias com cartão de crédito, o dinheiro era direcionado para contas das empresas fantasmas

3 - A receita da empresa era subfaturada. Com isso, o total de tributos também era menor

4 - Sem a emissão de notas fiscais, o valor repassado para as empresas falsas eram ocultados, sem ocorrer a incidência de tributos

Fonte: Ministério Público e Prefeitura de Belo Horizonte


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