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Estado de Minas TURBULÊNCIA INTERNACIONAL

Polo de confecções de Divinópolis se ajustou para barrar invasão chinesa

Para contornar queda nas vendas, polo lança as peças mais rápido no mercado


postado em 15/09/2013 06:00 / atualizado em 15/09/2013 08:09

Pode até soar estranho, mas a recessão na economia mundial ajuda a ditar tendências em passarelas mineiras. Depois de amargarem quedas na produção e serem obrigados a fechar centenas de postos de trabalho, empresários de Nova Serrana, principal polo de calçados do estado, e de Divinópolis, destaque no ramo de confecção, agora apostam na chamada moda rápida para recuperar mercado. Na prática, eles deixaram de produzir um grande número de peças de um mesmo modelo para fabricar maior quantidade de lançamentos com menos peças.

A estratégia exigiu dos fabricantes dessas duas cidades do Centro-Oeste de Minas maior investimento tanto em designer quanto em materiais de boa qualidade. As novidades, por tabela, devem ajudá-los a enfrentar a invasão chinesa. Vale lembrar que os setores de calçados e vestuário estão entre os que mais sentiram os efeitos da concorrência asiática, onde o custo de produção é bem inferior ao nacional, o que permite aos estrangeiros venderem suas mercadorias a preços abaixo dos praticados pelos empresários tupiniquins.

"Readequamos a produção. Os lançamentos são praticamente semanais", disse Cassius Ribeiro, dono da Difteria Indústria e Comércio, um empreendimento de pequeno porte voltado para a moda feminina. Ele tem tristes lembranças do último semestre de 2008, quando o Lehman Brothers anunciou a concordata: "Minha produção despencou 20%. Precisei demitir funcionários". Naquele ano, aliás, a indústria de transformação em Divinópolis, que tem a confecção como principal alavanca, fechou 336 empregos.

Para ter ideia do que essa estatística representa, basta dizer o setor havia encerrado os dois anos imediatamente anteriores com saldo positivo: 850 vagas em 2007 e 687 em 2006. Em 2012, a indústria de transformação fechou o exercício com 95 vagas a menos – os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A aposta na moda rápida veio acompanhada de um projeto chamado de "Minas veste Minas, Minas veste o Brasil", lançado em março, ao custo de R$ 1,2 milhão, e desenvolvido em parceria com o Sebrae, outras instituições e o governo de Minas.

Diagnóstico

Quem explica a proposta é Leonardo Mol, analista do Sebrae: "Constatamos que era preciso ampliar o foco dos clientes das empresas. O diagnóstico apontou que o Nordeste do Brasil é um grande mercado para os produtores daqui, pois, até então, é uma região não-explorada pelos fabricantes de Divinópolis". "Dessa forma, criamos uma rede de representantes comerciais em outros estados, principalmente no Nordeste", acrescentou Antônio Rodrigues Filho, presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Divinópolis (Sinvesd). Ele e outros 24 empresários convidaram 105 representantes e donos de lojas do Nordeste e de outras regiões para uma rodada de negócios em Belo Horizonte. Resultado: o grupo vendeu 26.420 peças, num total de R$ 1,481 milhão.


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