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Estado de Minas

Banco Central decreta liquidação do Rural

Em comunicado, BC fala em "falta de plano para a recuperação". Controladores "estudam medidas cabíveis" contra a ação


postado em 03/08/2013 07:16

O Banco Central (BC) decretou ontem a liquidação extrajudicial do Banco Rural S.A., em decorrência do comprometimento da situação financeira da instituição. Em nota, a autoridade monetária informou ter contribuído para a decisão “a falta de um plano viável para a recuperação do banco”, com sede em Belo Horizonte. Os depósitos de correntistas ficam protegidos até o valor de R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Créditos, entidade privada que administra um mecanismo de proteção dos correntistas, poupadores e investidores, em casos de intervenção, liquidação ou falência de empresa participante do sistema financeiro.

Os controladores do Rural divulgaram nota, informando que se viram surpreendidos com a decisão do BC. “Os controladores lamentam a interrupção abrupta em um momento em que se construía, com o conhecimento do próprio Banco Central, uma transição para reforçar o capital da instituição e adequá-lo aos seus planos de crescimento”, diz o posicionamento do banco. A nota informa ainda que os controladores “estudarão as medidas cabíveis frente a esse novo contexto”. A liquidação extrajudicial abrange as empresas do conglomerado Banco Rural de Investimentos S.A., Banco Mais S.A., Banco Simples S.A. e Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.

Com a liquidação extrajudicial, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores do Rural. Em março de 2013, o grupo detinha 0,07% dos ativos e 0,13% dos depósitos totais no sistema financeiro. O BC observa, em nota, ter identificado no Banco Rural “graves violações às normas que disciplinam a atividade e uma sucessão de prejuízos com risco anormal aos credores”. A autoridade monetária destacou também estar tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de sua competência legal de supervisão do sistema financeiro.

"O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis", informou o BC. Em sua defesa, os acionistas controladores da instituição dizem em nota que “o Banco Rural tem mais de 50 anos de existência e nesse período jamais causou prejuízo a quem quer que seja”.

Os controladores do banco foram condenados no chamado núcleo financeiro do mensalão. A instituição foi acusada de abrir e manter contas em nome de pessoas ligadas ao caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As acusações foram contestadas em recurso apresentado ao STF. As finanças do Rural sofrem o abalo provocado pelo mensalão desde 2005, o que forçou uma série de aportes dos sócios e a busca de recursos no mercado financeiro, os quais se mostraram insuficientes. Na tentativa de restaurar a saúde financeira do grupo, os controladores esperavam, no começo do ano, por uma injeção de R$ 400 milhões, por meio de emissão de debêntures fechada.

O banco foi criado em 1964 a partir da compra, em 1962, pelo grupo mineiro Tratex, do Banco Manoel de Carvalho. Dois anos mais tarde, a instituição adquirida passou a se chamar Banco Rural de Minas Gerais S.A. e, em 65, foi inaugurada a primeira agência no Rio de Janeiro. O banco atua em todo o país e no exterior. O Grupo Rural é constituído de nove empresas, entre as quais Banco Rural Europa, Rural International Bank, Rural DTVM e Rural Seguradora.


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