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Estado de Minas

Governo endurece com caminhoneiro

Planalto determina desobstrução das estradas, alerta para multas e manda PF investigar. Onze motoristas são presos


postado em 04/07/2013 06:00 / atualizado em 04/07/2013 06:35

O governo endureceu ontem contra a paralisação nacional dos caminhoneiros, determinando às forças policiais imediata desobstrução das estradas do país e ainda alertando os participantes dos protestos sobre o risco de serem presos e receberem pesadas multas. A maioria dos manifestantes recuou um dia antes do término dos eventos programados para encerrar na manhã de hoje. O principal golpe dado contra os protestos em nove estados, liderados pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), foi a abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) para investir as motivações da entidade. Pelo menos 11 pessoas foram presas nessas operações, sobretudo em razão de fechamento de vias.

A determinação do Ministério da Justiça partiu da acusação pelo Planalto de que o presidente da MUBC, Nélio Botelho, praticou o crime de locaute, como é chamada a greve de empresas prestadoras de serviços, por decisão dos próprios empresários. “É fundamental no país que estradas não sejam interrompidas e o meu governo não ficará quieto perante esse processo. Na nossa bandeira tem a palavra ordem, que significa democracia mas também respeito às condições da produção e de circulação das pessoas”, discursou a presidente Dilma Rousseff em cerimônia pela manhã.

Mesmo tendo sido advertidos pela Justiça na véspera, os caminhoneiros realizaram ontem o terceiro dia de protestos com bloqueios de estradas em seis estados. Na terça-feira, a Justiça Federal no Rio de Janeiro multou o MUBC em R$ 6,3 milhões. No domingo, a Advocacia Geral da União (AGU) já havia conseguido liminar para multar o movimento em R$ 10 mil por hora caso interrompessem o tráfego nas rodovias federais. Por ter descumprido a decisão, a multa subiu ontem para R$ 100 mil, determinando a penhora dos bens da entidade e do seu presidente.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi instruída a negociar as obstruções e avisar a Polícia Federal sobre eventuais resistências. “Em caso de crimes flagrantes, a PF está autorizada a realizar prisões de envolvidos”, ressaltou, lembrando que a autoridade policial tem liberdade de agir de forma preventiva, inclusive prendendo suspeitos. Antes desse anúncio, a reação mais violenta ocorreu no interior de São Paulo, quando oito cabines de pedágio na rodovia SP-332, próximo a Cosmópolis, foram queimadas.

O ministro dos Transportes, César Borges, que havia comunicado na véspera o colega da Justiça sobre os indícios de locaute e pedido providências, desqualificou o movimento do MUBC. Segundo ele, após conversar com todos as entidades sindicais que representam os caminhoneiros e com os próprios motoristas, percebeu que se tratava de uma “ação isolada, minoritária e movida por interesses particulares, que buscavam benefícios para empresas”.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) dizem não apoiar a MUBC.


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