Puxado por um aumento expressivo na carteira de crédito, o lucro líquido da Caixa Econômica Federal chegou a R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre deste ano, resultado 12,5% superior ao registrado no mesmo período de 2012. O balanço positivo, divulgado ontem, é encarado pela instituição como consequência do programa de redução das taxas de juros anunciado há um ano. Desde então, as operações de crédito cresceram 43%, atingindo saldo de R$ 390,6 bilhões.
Somente de janeiro a março a contratação de crédito da Caixa totalizou R$ 88,2 bilhões, tendo a modalidade comercial respondido por R$ 51,1 bilhões, avanço de 54,5% ante igual período de 2012. Operações com pessoas físicas alcançaram
R$ 27,3 bilhões e com pessoas jurídicas,
R$ 23,8 bilhões: aumento de 50,9% e 59%, respectivamente, levando em conta a mesma comparação.
O vice-presidente da Caixa, Márcio Percival, disse que o balanço trouxe números dentro do esperado, e destacou que "os créditos são de boa qualidade" – 91% deles foram classificados com notas entre AA e C, ou seja, considerados adimplentes. Nos três primeiros meses, o banco respondeu por cerca de um terço dos empréstimos feitos no mercado. A instituição ocupa o segundo lugar, atrás apenas do Banco do Brasil, no ranking de participação no mercado de crédito nacional.
Percival lembrou do primeiro aniversário do programa Melhor Crédito e atribui a ele boa parte dos resultados. "A gente estabeleceu uma estratégia para reduzir as taxas e aumentar a base de clientes. Foi exatamente isso o que aconteceu, prova de que temos cumprido com êxito nosso planejamento estratégico", comentou o executivo. No período analisado, a Caixa ganhou 1,3 milhão de clientes, somando quase 63,5 milhões.
Ainda de acordo com o vice-presidente, a instituição tem emprestado em média cerca de R$ 1 bilhão por dia. Um ano atrás, essa média era de R$ 550 milhões, quase a metade. "Para responder a esse aumento de demanda, tivemos que gastar mais, fazer mais investimentos", explicou. Seiscentas e vinte e cinco agências, completou Percival, foram inauguradas em todo o Brasil entre janeiro e março deste ano. O total de funcionários chegou a 94 mil, com as 7,5 mil contratações efetivadas em 12 meses.
Carteira
A Caixa está revisando para baixo a expectativa de crescimento de sua carteira de crédito em 2013, prevendo expansão de 33% a 35%. A previsão feita pelo banco no final de 2012 era de crescimento de 37%. A revisão reflete uma retração no crédito à pessoa física. A Caixa, no entanto, espera ampliar sua participação no mercado de crédito dos atuais 16% para 18% em 2013, elevando o volume das concessões para as empresas. "Estamos refazendo nossas projeções – não fechamos ainda – em consequência das mudanças no cenário macroeconômico e do aumento da concorrência", disse Percival.
Segundo ele, o banco trabalha com a estimativa de que a economia vai crescer por volta de 3%, "mas vemos desaceleração na tomada por crédito entre as pessoas físicas". "Faz parte do ciclo de consumo, que desacelerou um pouco", explicou Percival.
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Caixa lucra alto com juros baixos
Banco ganha R$ 1,3 bi no primeiro trimestre de 2013 e atribui crescimento em relação a 2012 à política de crédito barato
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