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Estado de Minas

Indústria cobra custo mais baixo de energia elétrica


postado em 09/01/2013 06:00 / atualizado em 09/01/2013 07:15

Embora seja defendida pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a redução voluntária do consumo de energia, também conhecida como racionamento branco, é polêmica em Minas Gerais. Para o setor industrial, mais que priorizar uma discussão sobre o racionamento, é preciso que o governo mexa nos custos da energia e em sua tributação. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, por se tratar de um insumo caro, economizar energia já é atividade obrigatória da indústria. “Esse é um custo que a indústria já aprendeu a diminuir. Antes de pensar em racionamento, é necessário que governo atue desonerando a geração de energia ao mínimo necessário, para que os custos sejam compatíveis com resto do mundo”, garante.

Sobre as perdas do setor diante de um racionamento, o presidente revela que ainda é cedo reduzir as expectativas de crescimento da indústria. “Todas as medidas tomadas no ano passado surtem efeito a partir deste ano e a expectativa pode ser ainda mais positiva”, acrescenta. Para este ano, a Fiemg espera crescimento mínimo de 3,8%.

O racionamento branco, no entanto, já preocupa empresários do setor. Segundo o presidente da Metalsider e representante do Sindicato da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer-MG), Bruno Melo de Lima, qualquer interferência nos custos de produção poderá refletir na cadeia produtiva, o que geraria impacto para o mercado. “Temos geração própria, mas entendemos que nem todos os envolvidos na nossa cadeia a possuem. Nossos clientes, por exemplo, poderiam produzir menos com isso e, consequentemente, reduzir as compras”, diz.

Para o presidente da Delp Engenharia e do Sindicato da Indústria Mecânica do Estado de Minas Gerais, Petrônio Zica, qualquer redução de oferta de energia eleva o custo do produto e prejudica o setor. “A energia corresponde a 40% do custo total de uma tonelada de alumínio”, explica. “Como estamos pouco competitivos, a indústria teme o racionamento, seja ele voluntário ou não. Qualquer corte é ruim porque aumenta esses custos”, reforça.

Segundo o assessor do Conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Carlos Senna Figueiredo, para que não haja impactos maiores na indústria o indicado é que o volume dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da capacidade de armazenamento de energia do país, passe dos 28,86% registrados em dezembro do ano passado para pelo menos 44% até maio. “Ainda é cedo para afirmar que haverá desabastecimento, salvo se a situação meteorológica não ajudar”, comenta. Nesse caso, no entanto, Figueiredo garante que o controle do consumo não será suficiente para afetar o crescimento da indústria e, por consequência, da economia. “Essa contenção seria responsável pela redução de 2 a 3 mil megawatts no consumo do setor industrial, o que não traz grandes impactos”, avalia.


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