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Estado de Minas

Construção reduz ritmo pelo 3º mês

Setor sente efeitos do desaquecimento da economia do país e desacelera em julho, mas os empresários estão otimistas


postado em 24/08/2012 06:00 / atualizado em 24/08/2012 06:54

A indústria da construção civil continua desacelerada. Em julho, a atividade se mostrou desaquecida pelo terceiro mês consecutivo, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador do nível de atividade efetivo ficou em 45,5 pontos no mês passado, abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que aponta queda na atividade.

Em junho, o índice havia ficado em 45,3. Tanto a atividade como o número de empregados na construção apresentaram queda com relação ao mês anterior. “A construção começa a sentir os efeitos da desaceleração da economia nacional”, avalia Danilo Garcia, economista da CNI. O indicador de evolução da atividade ficou em 48,3 pontos, e o de evolução do número de empregados em 48,2 pontos, ambos abaixo dos 50 pontos. Foi registrada, contudo, uma leve alta com relação a junho, quando os patamares eram de 47,7 e 47,8, respectivamente.

Mesmo com o desaquecimento da indústria da construção, os empresários do setor continuam otimistas em relação ao futuro. No entanto, essa confiança está menos disseminada que nos meses anteriores. Segundo a sondagem, todos os indicadores de expectativa para os próximos seis meses ficaram acima dos 50 pontos, mas caíram em agosto na comparação com julho. “O otimismo vem caindo ao longo do ano”, observa Garcia.

Em Minas Gerais, a indústria da construção apresenta quadro mais positivo do que a média nacional. “O nosso maior problema é a falta de mão de obra. Estamos com emprego pleno e não conseguimos dar o ritmo que precisamos para as obras”, afirma Teodomiro Diniz Camargos, presidente da Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

A falta de trabalhador qualificado representa 75,8% da preocupação atual do empresariado do estado, conforme dados da Sondagem da Indústria da Construção, feita pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), em parceria com a Fiemg. A pesquisa mostrou que a confiança do empresariado em relação à economia perdeu força em julho e registrou 55,8 pontos. Apesar de otimista (índice acima de 50 pontos), o indicador perdeu intensidade, ficando 2,5 pontos abaixo da pesquisa em junho (58,3 pontos). “As empresas saíram da fase de euforia e estão tentando se equilibrar”, explica Camargos.

Velocidade

O diretor-superintendente da construtora Castor, Ítalo Gaetani, afirma que o ritmo da construção estava muito acelerado e voltou ao normal agora. “Estávamos a 150 quilômetros por hora. Agora voltamos para 110 quilômetros por hora. Perdemos 40 quilômetros, mas ainda estamos um pouco acima do limite máximo de velocidade”, compara Gaetani. Na sua avaliação, o ritmo A Justiça Federal de Minas Gerais abriu uma brecha para os interessados em quitar as dívidas com o Construcard tenham desconto de até 70% no débito. A linha é destinada ao financiamento que a Caixa Econômica Federal oferece para a aquisição de materiais de construção para reforma ou ampliação da casa. Os acordos começaram na segunda-feira e a Justiça encerra hoje as negociações com os interessados, no horário das 14h às 15h50.

O coordenador do Sistema de Conciliação da Justiça Federal de Minas Gerais, André Prado de Vasconcelos, espera que 50% dos acordos sejam fechados. “Muitas vezes a pessoa nem tem o dinheiro para pagar o débito, mas busca emprestado para não perder a oportunidade”, diz Vasconcelos. As negociações acontecem com pagamento à vista ou em cinco parcelas.

A designer de moda Lêda Martins Tristão está devendo R$ 22 mil, que pegou há três anos para reformar a casa. O empréstimo inicial era de R$ 12 mil, mas o valor cresceu em função da inadimplência de Lêda. “Fiquei grávida, tive depressão pós parto e não consegui pagar a dívida”, diz. Ela conseguiu ontem fechar acordo para quitar o débito por R$ 4.050. “Só tenho R$ 3 mil, mas vou conseguir o resto emprestado. Não vou deixar passar o prazo”, diz.

Ery de Pádua tem 64 anos e está desempregado. A sua dívida inicial em 2010 era de R$ 15 mil. Como perdeu o emprego, o valor saltou para R$ 21,6 mil. A Justiça fez proposta de transformar o débito em R$ 6 mil, mas mesmo assim Pádua não conseguiu fechar acordo. “Eles pediram para dar um valor de entrada de cerca de R$ 1,4 mil e parcelar o restante em cinco vezes. A minha proposta foi de parcelar em 24 vezes, mas eles não aceitaram. Como estou sem renda, não posso pagar à vista”, diz.

O nivelador Paulo Sérgio Ventura pegou R$ 24 mil com o Construcard em 2010 para reformar a casa. Houve um problema na cobrança do débito. “Ele ia ser feito com débito em conta, mas isso não aconteceu”, diz. O resultado é que sua dívida se transformou em R$ 47 mil, mas ele ontem conseguiu fechar acordo e pagar R$ 12 mil pelo débito. Saiu satisfeito da Justiça. “Valeu muito a pena”, disse. Esta é a segunda vez que a Justiça faz audiência de conciliação. A primeira foi em junho e a próxima deve acontecer na primeira semana de outubro. (GC)de obras da construção civil no último ano ultrapassou todos os limites, desde mão de obra a material.


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