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Estado de Minas

Prejuízo na MMX deve mudar planos

Perda financeira de mineradora passa de R$ 390 milhões no segundo trimestre. Volume de produção também cai 7%


postado em 15/08/2012 06:00 / atualizado em 15/08/2012 07:56

Com produção e vendas de minério em menor escala, a MMX, mineradora do grupo EBX, de Eike Batista, apresentou prejuízo de R$ 391,6 milhões no segundo trimestre. Em igual período do ano passado, a companhia havia apresentado lucro de R$ 90,9 milhões. Entre abril e junho, a MMX produziu 2 milhões de toneladas de minério, volume 7% menor que os mesmos meses do ano passado. As vendas atingiram 1,7 milhão de toneladas, queda de 18% na comparação ao segundo trimestre de 2011. Frente ao primeiro trimestre de 2012, o volume de vendas apresentou recuperação, crescendo 22%.

Segundo a companhia, as operações e vendas foram afetadas pelas chuvas que interferiram na atividade industrial em Minas Gerais no início do ano. O preço do minério também recuou perto de 10% entre abril e junho. De acordo com o presidente da MMX, Guilherme Escalhão, o segundo trimestre foi marcado pela normalização da produção e pelos investimentos. “Em abril, a MMX recebeu a licença de instalação e foram iniciadas as obras para a expansão da unidade Serra Azul (em Minas) e a construção de uma usina de beneficiamento, que será capaz de produzir 29 milhões de toneladas de minério de ferro por ano”, destacou o executivo. Segundo ele, Serra Azul contará com soluções de logística integrada, o que deve acelerar a competitividade da mineradora no mercado internacional.

“A empresa precisa aumentar rapidamente sua capacidade de produção. Os resultados não são bons, o patrimônio foi reduzido pelo prejuízo”, avalia Pedro Galdi, analista da SLW Corretora. O especialista destaca também a desvalorização dos papéis da companhia, que ontem sofreram desvalorização superior a 2,8% e, no ano, a queda acumulada no valor das ações atinge 14%.

Os principais investimentos da MMX são as obras de expansão da unidade Serra Azul iniciadas em maio e conclusão da construção do Superporto Sudeste, que entrará em operação em 2013. Em um segundo momento, a companhia se voltará para o desenvolvimento de novos projetos, como Pau de Vinho (contígua à Serra Azul), Bom Sucesso (Centro-Oeste de Minas) e Chile.

Mundialmente a cotação do minério de ferro está em queda. O preço da tonelada atingiu US$ 150 ao longo do primeiro semestre, caindo para o valor atual de US$ 112 a tonelada. “O produto chegou a seu piso mínimo. A tendência agora é de recuperação dos preços, que pode ser mais rápida ou lenta dependendo da resposta da economia mundial”, aponta Galdi. O analista da Tendências Consultoria Bruno Rezende, também não vê espaço para mais recuos. “O valor de US$ 120 a tonelada é muito próximo do custo marginal das minas chinesas. A flutuação abaixo desse patamar diminui a capacidade de operação chinesa, equilibrando o mercado.”

VALE

Ontem, o diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castelo Branco, admitiu que o país perdeu participação de mercado para a Austrália no segmento de minério de ferro, mas ressaltou que a entrada em operação do projeto Serra Sul, no Pará, vai permitir ao Brasil recuperar essa fatia de mercado perdida. Hoje, 20% das importações chinesas de minério de ferro são negociadas com o mercado brasileiro. A fatia da Austrália é de 45%. “A China cria uma reserva de mercado para o Brasil. Mesmo com a Austrália desenvolvendo maior número de projetos as exportações brasileiras vão continuar a crescer”, avalia Rezende. Segundo ele, o país tem menos gargalos de infraestrutura, boa logística e é mais ágil na obtenção de licenças ambientais.


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