A BM&FBovespa mantém sua posição de não discutir a abertura de sua clearing para potenciais concorrentes estrangeiros, como a americana Direct Edge, disse nesta quinta-feira o presidente da Bolsa, Edemir Pinto. O executivo participou da cerimônia de posse da nova diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Ana Novaes, no Rio de Janeiro.
Segundo Edemir Pinto, a BM&FBovespa não foi mais procurada pela Direct Edge. E cutucou a bolsa americana ao lembrar do episódio ocorrido na quarta-feira em que uma falha no software de negociação da Knight Capital, uma das controladoras da Direct Edge, afetou as ordens de operação de 150 companhias. As perdas são estimadas em US$ 440 milhões. "Eles hoje devem estar mais preocupados com o modelo de negócios deles".
Em meio ao debate sobre a quebra do monopólio da BM&FBovespa, Edemir afirmou que o episódio aponta que o modelo atual adotado pelo regulador brasileiro, em que é preciso ter uma estrutura integrada de bolsa e clearing e há fortes exigências regulatórias, é correto. Edemir Pinto atacou a fragmentação em mercados como o americano. "Isso ocorreu pela participação não regulada ou com pouca transparência de um mercado fragmentado como o americano. A alta frequência mostra ao mercado americano e para nós que o regulador brasileiro está no caminho certo".