Usiminas tem produção maior, mas prejuizo também

Sob pressão de aumento de custos de produção e do desaquecimento da economia brasileira, combinado à concorrência dos importados, a Usiminas registrou prejuízo de R$ 87 milhões no segundo trimestre, mais que o dobro do resultado no vermelho registrado de janeiro a março (R$ 37 milhões). Os números operacionais conforme o balanço da companhia divulgado no começo da noite de ontem mostraram, no entanto, uma performance melhor em vendas, receita líquida e geração de caixa. Ao fim do pregão na bolsa de valores, as ações ordinárias (que têm direito a voto) da empresa –  USIM 3 –  exibiram alta de 5,95%, cotadas a R$ 8,13, ocupando lugar entre as maiores altas do Ibovespa. Os papéis preferenciais –  USIM 5 –  terminaram o dia com valorização de 5,73%, cotados a R$ 7.

 O prejuízo líquido acumulado no primeiro semestre foi de R$ 123 milhões, revertendo o lucro obtido no mesmo período do ano passado, de R$ 173 milhões. Grande parte do prejuízo, conforme informou a Usiminas, se deveu à valorização do dólar frente ao real. A alteração do câmbio, associada ao maior volume das vendas de aço da siderúrgica, levou a um aumento de 13% do custo dos produtos vendidos e abril a junho, ante o trimestre anterior. A despesa totalizou R$ 3,1 bilhões. Conforme comunicado divulgado pela diretoria da Usiminas, a melhora dos resultados de produção e comerciais veio acompanha de uma estratégia de forte redução de custos. A siderúrgica deu prioridade às exportações de produtos em estoque e conseguiu reduzir a necessidade de capital de giro em R$ 938 milhões no primeiro semestre.

As vendas físicas globais da Usiminas somaram 1,9 milhão de toneladas no segundo trimestre, representando acréscimo de 25% em relação ao período de janeiro a março, melhor resultado desde o terceiro trimestre de 2008. Essa performance fez com que a receita líquida atingisse R$ 3,2 bilhões, 12% superior ao obtido no primeiro trimestre. O comunicado da siderúrgica destaca a elevação de 7% dos negócios no mercado interno no trimestre analisado, representando 1,3 milhão de toneladas.

As exportações, por sua vez, aumentaram 111% no segundo trimestre, chegando a 561 mil toneladas. A expansão foi consequência, de acordo com a Usiminas, da boa performance no mercado latino-americano e da comercialização de material de estoque no mercado asiático. A companhia é comandada desde janeiro por Julián Eguren, que tem enfatizado a busca de sinergias e eficiências internas para melhora dos resultados.

Como parte dessa estratégia, ainda conforme o comunicado, a Usiminas desativou equipamentos de baixa utilização e produtividade como a coqueria 1 da usina de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Na unidade de Cubatão, foram desativadas duas plantas de ácido clorídrico a ser transferidas para a Soluções Usiminas. “Esse conjunto de ações representará uma economia anual da ordem de R$ 50 milhões e trará maior eficiência à linha produtiva”, destacou a empresa no comunicado.

A produção de aço bruto nas usinas de Ipatinga e Cubatão cresceu 10% frente ao primeiro trimestre, alcançando 1,8 milhão de toneladas. Em consequência, principalmente, da elevação da receita líquida e da queda das despesas operacionais, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 22% no segundo trimestre, frente ao primeiro, registrando R$ 232 milhões.