O governo não está disposto a promover alterações no Código Florestal para atender pressão dos ruralistas, que são maioria na comissão especial do Congresso, que analisa a admissibilidade da Medida Provisória. A informação é da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. "Há uma posição muito clara de defesa do texto original. Nós avançamos de forma significativa no que poderíamos ceder para atender os menores proprietários, mas sempre preservando e recuperando parte significativa da questão ambiental", declarou Ideli.
A ministra informou que o governo vai se reunir nesta terça-feira com o relator da matéria, senador Luiz Henrique (PMDB-SC) e com lideranças para discutir todo o texto da proposta em discussão. "Vamos sentar para ver o que vai dar", disse ela.
Segundo Ideli a presidente Dilma Roussef já tem posição firmada sobre o que deve ser feito. "Aquilo que foi aprovado nas duas Casas, que houve consenso, ela não modificou. Aquilo que não teve consenso entre as duas Casas, ela se guiou pelo texto aprovado no Senado, que foi o texto do acordo que contou com a participação também de parlamentares da Câmara, onde houve algumas inovações".
Lembrada que a bancada ruralista tem maioria na comissão e é contra o texto como está, a ministra Ideli observou que ainda há muitos trâmites a serem cumpridos pela MP no Congresso. "Tem ainda o plenário da Câmara e do Senado para a gente debater. A comissão não é o local de votação final. Vamos ver como vai evoluir a discussão", afirmou.
Sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a ministra Ideli disse que acredita que ela será votada até quinta-feira. "Se tiver acordo podemos votar na quarta, senão, votamos na quinta", declarou. Segundo Ideli, não há temor do governo de a LDO não ser votada nesta semana. Isto porque, segundo ela, o relatório do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) está bastante adequado, sujeito apenas a pequenas modificações.