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Estado de Minas

Vendas de imóveis no Buritis enfrentam baque

Desmoronamento de prédios causado pelas chuvas de fim de ano reduziu em até 50% procura por apartamentos na região atingida


postado em 27/01/2012 06:00 / atualizado em 27/01/2012 06:43

Prédio com anúncio na área onde houve deslizamento: negócios paralisados nas ruas próximas ao desastre(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Prédio com anúncio na área onde houve deslizamento: negócios paralisados nas ruas próximas ao desastre (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)

 

As chuvas e os deslizamentos no Buritis respingaram nos negócios de imóveis no bairro. Logo depois da tragédia, a procura por apartamentos na região chegou a cair até 50% em relação a um período normal. A queda foi maior nas proximidades da área com risco de desabamento. As imobiliárias esperam retomar o fôlego de vendas a partir de fevereiro, quando terminam as férias e terá diminuído a repercussão do desastre.

A GR Imóveis é focada no comércio de imóveis no Buritis e tem 780 unidades disponíveis para locação no bairro. Desde o episódio do desmoronamento as vendas caíram cerca de 20%, informa Eliane Padilha, supervisora de vendas da imobiliária. “O desastre aconteceu no período de férias, quando as vendas costumam cair também”, afirma Eliane. A rejeição dos clientes, segundo Eliane, é maior nas ruas Protásio de Oliveira Pena e Laura Soares Carneiro, nas proximidades do deslizamento. “Nessas duas ruas não fizemos nenhuma venda desde dezembro”, diz Eliane.

Adelson Moreira é vigia de um edifício de 10 andares nas proximidades do desastre. A maioria dos apartamentos está à venda, mas os interessados não chegam. “Desde o fim do ano passado a procura caiu em torno de 80%. Antes do deslizamento a gente recebia cerca de 10 corretores por dia para mostrar os apartamentos. Agora vêm dois ou nenhum”, diz Adelson.

A Cob Imóveis, imobiliária da construtora COB, é focada principalmente na venda de imóveis de alto luxo no Buritis. O gerente Mário Leon de Almeida conta que a procura por imóveis chegou a cair pela metade na região em função do deslizamento de terra, mas voltou a se aquecer a partir de agora. “Algumas pessoas falaram que havia muitos prédios caindo no bairro, mas a gente explicava que eram fatos isolados. O mercado reagiu como nos períodos de troca de governo. Deu uma parada, mas voltou a se aquecer”, diz Almeida.

Cerca de 90% das vendas da Séculos Imóveis são no Buritis. Neste mês, a procura caiu cerca de 15%, informa o gerente Carlos Alessandra Ferreira. “Não sabemos se foi em função das férias. Vamos ter certeza em fevereiro”, diz Ferreira. Já a gerente da Aceti Netimóveis, Gabriela Lara, afirma que as vendas caíram apenas na rua do desastre, a Laura Soares Carneiro. “Lá está quase impossível vender. Só quando tivermos um parecer sobre a rua. Mas no resto do bairro não sentimos queda de venda”, diz.

O deslizamento no Buritis levou prédios a serem lacrados e moradores impedidos até de pegar objetos pessoais. Trincas e rachaduras foram descobertas nos pilares. O desastre causou queda de vendas não só no bairro como também em “pirambeiras” de outras regiões. “Notamos queda de procura nas ruas mais íngremes. As pessoas estão preferindo as ruas planas”, diz Eliane, da GR Imóveis.

Pirambeira O ponto é um dos principais critérios na avaliação dos imóveis. As unidades em ruas íngremes podem ter desvalorização em até 40%, tanto no aluguel quanto na venda, informam as imobiliárias. A velocidade de vendas dessas unidades é, em média, de quatro a cinco vezes menor do que outros imóveis semelhantes na região, mas em ruas planas.

 

Crédito aumenta 42%

 

São Paulo – O crédito imobiliário cresceu 42% no ano passado, em comparação com 2010. O volume de financiamento de imóveis bateu recorde e somou R$ 79,9 bilhões em 2011, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em número de imóveis, foram financiados 493 mil unidades em 2011, expansão de 17% ante 2010. Na comparação com 2010, foram liberados R$ 23,7 bilhões a mais em financiamento no ano passado. Os dados da Abecip consideram apenas os financiamentos com recursos da caderneta de poupança. Em 2011, a captação líquida da poupança somou R$ 9,4 bilhões. O saldo da caderneta cresceu mais de R$ 30 bilhões entre janeiro e dezembro e encerrou o ano passado em R$ 330,6 bilhões.

Para este ano, a previsão da Abecip é de que as concessões de crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança devem alcançar R$ 103,9 bilhões, montante 30% superior ao financiado em 2011. A projeção tem como base um cenário de crescimento da massa salarial e manutenção do baixo nível de desemprego no país, combinado a estímulo ao crédito em geral e controle das taxas de juro. “Talvez tenha um crescimento maior que 30%, de 35%... mas o cenário já é bem otimista”, disse o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Jr. “O cenário é muito favorável para crescimento do crédito imobiliário não só em 2012”.

Poupança Segundo a Abecip, o saldo das cadernetas de poupança no SBPE cresceu 10% – ou mais de R$ 30 bilhões – em 2011 sobre o ano anterior, alcançando R$ 330,6 bilhões. Em dezembro apenas, os depósitos superaram os saques em mais de R$ 1,2 bilhão de reais, sendo que, no ano, a captação líquida somou R$ 9,4 bilhões.

 

Desaceleração

A indústria da construção civil no país fechou 2011 com queda no nível de atividade, de acordo com sondagem divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, a atividade do setor recuou de 49,3 pontos em novembro para 47,6 pontos em dezembro. Pelos critérios da sondagem, valores abaixo de 50 pontos indicam retração, desaquecimento ou expectativas negativas. Além da retração, a atividade da indústria da construção ficou abaixo do esperado pelo quinto mês consecutivo. O nível em relação ao usual subiu de 47,2 pontos em novembro para 49,1 pontos em dezembro. Apesar dessa alta mensal, o indicador ainda aponta desaquecimento. 


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