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Estado de Minas

Praça ABC começa a ganhar contornos de arranha-céu que vai ter 25% cedidos à família Pampolini


postado em 11/12/2011 08:18 / atualizado em 11/12/2011 08:43

Padaria fechada há três anos emprestou nome à praça, no Funcionários(foto: Renato Weil/EM/DA Press)
Padaria fechada há três anos emprestou nome à praça, no Funcionários (foto: Renato Weil/EM/DA Press)
Em menos de dois meses o encontro das Avenidas Afonso Pena e Getúlio Vargas vai começar a mudar de cara. Há mais de 50 anos, a região – batizada oficialmente de Praça Coronel Benjamin Guimarães – é conhecida popularmente como Praça ABC, em referência à tradicional padaria de mesmo nome fundada ali em 1959 por Emílio Pampolini. Fechada há três anos, a padaria, assim como outros quatro imóveis de propriedade da família localizados no entorno, foi cedido à construtora Caparaó em regime de permuta e dará lugar, a partir de fevereiro, a um dos mais modernos prédios comerciais da cidade, com 20 pavimentos e metro quadrado avaliado em R$ 12 mil.

Cada andar será dividido em três salas, com metragem que vai variar entre 62 e 91 metros quadrados. Se considerada a unidade de menor tamanho, o valor de comercialização deve partir de R$ 744 mil. Cerca de 25% do edifício é permutado com a família Pampolini. “Acreditamos que em cerca de três meses 100% das salas já estarão comercializadas por conta da grande demanda por empreendimentos desse tipo”, avalia a diretora de projetos e planejamento da Caparaó, Maria Cristina Valle. No total, a Caparaó estima um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 60 milhões. O aluguel é estimado em 0,8% do valor da sala.

Além dos 20 andares, serão construídos no subsolo outros quatro de garagem. Cada sala terá direito a uma vaga e outras 124 serão rotativas, colocadas à disposição do público para locação. “Queremos atender também a uma demanda forte da região, por estacionamento”, diz Maria Cristina.


A previsão é de que o prédio esteja pronto em julho de 2014. Com ele, a construtora ainda tem o compromisso de entregar para a cidade a revitalização das quatro esquinas da Praça ABC. O projeto será da empresa do paisagista Burle Marx (1909-1994). “Para que tenhamos a licença de operação, vamos revitalizar toda a praça, o que vai coincidir com o período da Copa do Mundo”, adianta Maria Cristina.

O edifício manterá viva a história da padaria e será batizado de ABC Emílio Pampolini All Business Center. “O nome do fundador foi um pedido da família e achamos interessante manter o nome da região de alguma forma”, pondera a diretora.

Adeus, Chalezinho

Não é só a história de uma das mais antigas padarias da capital que cede espaço à modernidade de arranha-céus que dominam a paisagem de Belo Horizonte. A boate e restaurante Chalezinho, na Alameda da Serra, em Nova Lima, está prestes a se despedir do local onde funcionou durante anos. Também para fevereiro, período posterior às chuvas, está previsto o início das obras de construção de mais um prédio comercial no local, mais um da construtora Caparaó.
Segundo o sócio-proprietário do grupo Chalezinho Ralph Marcelini, a boate deve manter as operações até o fim de março, quando está prevista sua saída. O novo endereço ainda está em estudo e Ralph não revela o destino de um dos principais pontos de encontro dos jovens belo-horizontinos.

Com 43 pavimentos, o edifício é considerado o mais alto da Grande BH e contará até com heliponto. Os andares serão comercializados por inteiro e possuem mais de 800 metros quadrados de área. Segundo Maria Cristina, existe a possibilidade de o prédio ser vendido por inteiro para uma única empresa. A executiva não revela o valor do possível negócio.

Expansão

Com 12 empreendimentos em andamento, a Caparaó estima crescer a uma taxa anual de 20% durante os próximos quatro anos. Entre lançamentos e obras, a empresa destinará investimentos de R$ 4,8 bilhões em projetos na região metropolitana e também no interior do estado. Para o presidente da construtora, Ney Moreira Bruzzi, a crise econômica e a retração do mercado de construção civil não devem ter impactos nos negócios da empresa. “Apesar da crise do euro, o potencial do nosso mercado nos faz considerar com otimismo o decorrer dos próximos anos”, afirma.

Élida Pampolini Quintão Silva (filha de Emílio Pampolini e uma das herdeiras da padaria ABC)

Quando e por que surgiu a ideia de vender o terreno?


A partir de uma decisão dos membros da família, há cerca de dois anos. Embora pioneira e de grande sucesso durante décadas, como foi o caso da Padaria ABC, o conceito e o perfil dos negócios de alimentos têm passado por grandes mudanças, que exigem uma abordagem diferente, tendo em vista os novos modelos de negócios de varejo. Decidimos então que o melhor seria utilizar o local para um empreendimento que marcasse presença, como sempre foi o caso da ABC, e que satisfizesse o interesse de todos nós. Daí a associação com uma empresa local de grande porte e reputação, como já havíamos feito antes em outro local.

Como se sente com o fim da história iniciada por seu pai?

Só podemos nos orgulhar pelo empreendimento criado pelo nosso pai, que permaneceu por mais de 40 anos como uma referência no setor e na região. Absolutamente não vemos este momento como o fim da história. Achamos, inclusive, que essa é a melhor homenagem que poderíamos prestar a ele, inovando, como sempre foi a característica da personalidade dele, por meio de projetos de empreendedorismo marcantes, tais como a Padaria Flor de Lis e a Santo Agostinho.

Quantos são os irmãos hoje da família Pampolini?


Somos oito, todos vivos e com uma visão do futuro moldada no modelo por ele deixado como seu melhor legado. Achamos que a região e a cidade merecem um empreendimento desse porte, que continuará a marcar o local como referência em Belo Horizonte.


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